Parlamentares do Partido Liberal (PL-RN) concedem entrevista coletiva. Senador eleito Rogério Marinho (PL-RN). Foto: Pedro França/Agência Senado (Pedro França/Agência Senado)
Alessandra Azevedo
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 14h19.
Última atualização em 7 de dezembro de 2022 às 15h03.
O senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) será o candidato do partido do presidente Jair Bolsonaro à presidência do Senado em 2023. A bancada do PL na Casa anunciou a decisão nesta quarta-feira, 7, em coletiva de imprensa.
A eleição acontece em fevereiro do ano que vem, quando os senadores escolherão o presidente do Senado, que também preside o Congresso, pelos próximos dois anos. O atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve disputar a reeleição.
Os senadores do PL aprovaram a indicação de Marinho por unanimidade em reunião nesta quarta-feira, em Brasília. Apesar de assumir o primeiro mandato como senador, o ex-deputado é considerado um nome forte para rivalizar com Pacheco no ano que vem, devido à experiência política.
“O que se espera do presidente do Senado é que ele seja um árbitro, que não tome parte e não seja obstáculo para ações do Legislativo e do Executivo. Isso não tem acontecido", criticou Marinho, em coletiva de imprensa no Senado, durante o anúncio da candidatura.
O PL terá a maior bancada do Senado a partir de 2023, com 14 senadores. Marinho disse que os parlamentares concordaram com a necessidade de apresentar candidatura própria. A legenda deve ter o apoio do PP, que terá seis senadores, e conversa com outras siglas para ampliar a base.
Para ser eleito presidente em primeiro turno, são necessários 41 votos. Se nenhum candidato atingir esse número, a votação vai para segundo turno. Em 2021, Pacheco foi eleito com o apoio de 51 dos 81 senadores.
"Não faremos uma presidência contra o país, mas a favor do Brasil, dos brasileiros e da democracia brasileira", disse Marinho. Para o senador eleito do PL, é preciso "proteger o legado" do presidente Bolsonaro e "avançar nas mudanças".
Ex-deputado federal, Marinho foi eleito senador pelo Rio Grande do Norte em outubro, com o apoio de Bolsonaro. Desde que o atual presidente chegou ao Palácio do Planalto, Marinho ocupa posições importantes no governo.
Em 2019, assumiu a Secretaria Especial da Previdência no Ministério da Economia. Dois anos antes, Marinho relatou a reforma trabalhista do ex-presidente Michel Temer na Câmara.
Já no governo Bolsonaro, o ex-deputado, economista de formação, participou ativamente da elaboração e da articulação pela aprovação da reforma da Previdência.
Ele teve papel central na aprovação, principalmente pelo bom relacionamento dele no Congresso, após quatro mandatos de deputado federal.
Marinho foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2006, pelo PSB. Depois, filiado ao PSDB, conquistou mais três mandatos consecutivos, em 2010, 2014 e 2018. Ele se filiou ao PL em 2021.
Em 2020, Marinho foi nomeado ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro. Deixou o posto em 2022, para concorrer ao Senado. Venceu a disputa com 42% dos votos.