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Pizzolato fugiu pela Argentina com passaporte do irmão morto

Condenado no processo do mensalão, Pizzolato teve a prisão decretada no ano passado, mas fugiu para a Itália, país cuja nacionalidade também possui


	Henrique Pizzolato: ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
 (Wikimedia Commons)

Henrique Pizzolato: ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 17h53.

São Paulo - O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado na ação penal do mensalão, foi preso nesta quarta-feira na Itália em operação conjunta da Polícia Federal com a polícia do país europeu, informou a PF.

Pizzolato foi preso quando saía da casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália. Ele portava documentos falsos no nome de seu irmão, Celso, morto em um acidente automobilístico há mais de 30 anos, de acordo com a Polícia Federal.

Depois de sair do Brasil, em setembro do ano passado, antes de ter sua prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro, o ex-dirigente do BB passou por Argentina e Espanha, antes de chegar à Itália.

Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, recebeu, segundo o STF, dinheiro de uma das agências de Marcos Valério, operador do mensalão, para facilitar a assinatura de um contrato com o banco.

Ele teve a prisão decretada no ano passado, mas fugiu para a Itália, país cuja nacionalidade ele também possui. Ele constava da lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, elogiou o trabalho da Polícia Federal e disse que pedirá a extradição de Pizzolato.

"A Polícia Federal fará ao Ministério da Justiça a comunicação da prisão. Eu a comunicarei ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa. A partir daí serão tomadas medidas necessárias ao desencadear o processo de extradição. O STF irá solicitar e iremos fazer o trâmite que cabe ao MJ", disse Cardozo a jornalistas.

"Muitos diziam que não estávamos investigando o caso como se devia, que havia uma situação de acumpliciamento em relação a esse caso. Essa situação demonstra a competência da Polícia Federal brasileira, a forma rigorosamente republicada pela qual essa Policia Federal trabalha." A Procuradoria Geral da República também se manifestou e anunciou que já iniciou providências para pedir a extradição de Pizzolato ao STF que, por sua vez, deve encaminhar o pedido ao Ministério da Justiça.

O Brasil possui tratado de extradição com a Itália, mas o possível envio do ex-dirigente do BB para o Brasil pelas autoridades italianas pode ser complicado pelo fato de Pizzolato ter a nacionalidade italiana.

Na avaliação da PGR, no entanto, o tratado não veda completamente a extradição de cidadãos italianos, uma vez que cria apenas uma hipótese de recusa facultativa da entrega.

Um outro fator pode, entretanto, reduzir as chances de as autoridades italianas entregarem Pizzolato: a decisão do governo brasileiro de não extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti, condenado à revelia por assassinatos na Itália.

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