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Pimentel associa campanha de Aécio a ódio e medo

Candidato do PT ao governo de Minas disse que nada muda na estratégia de sua campanha a poucos dias da realização do pleito

Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo de Minas Gerais, durante encontro com empresários, em Belo Horizonte (Manoel Marques/Pimentel 13/Divulgação)

Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo de Minas Gerais, durante encontro com empresários, em Belo Horizonte (Manoel Marques/Pimentel 13/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 18h25.

Belo Horizonte - Antes de falar a lideranças do PT e de sua base aliada nesta tarde, o candidato ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) disse a jornalistas que nada muda na estratégia de sua campanha a poucos dias da realização do pleito.

"Nossa campanha é propositiva, de alto nível, civilizada, que respeita o eleitor de Minas e a consciência política. Nós não estamos agredindo ninguém, não estamos fazendo baixaria. Vamos continuar assim até o final e tenho certeza de que é o caminho para a vitória", declarou.

Porém, no seu discurso no encontro com as lideranças, realizada no início da tarde de hoje em uma casa de eventos na região centro-sul da capital mineira, o tom foi mais duro.

"Que campanha bonita, que diferença do lado de lá. Aqui é só alegria. Lá é só ódio, agressão, ressentimento, medo", começou.

Mas não demorou para criticar a gestão tucana dos últimos 12 anos.

"Que partido é esse que está governando Minas há 12 anos e deixou o Estado nessas condições? É abandono, é omissão, é descaso, é desprezo, é elitismo, é arrogância, de achar que pode governar Minas lá de longe, da beira do mar, lá do Leblon", sem citar nomes, mas indicando uma referência ao presidenciável Aécio Neves (PSDB).

"Achar que Minas tem imperador, tem rei. Minas não tem dono não. Trouxe um candidato lá de Goiás para vocês votarem", também sinalizando uma crítica a Pimenta da Veiga (PSDB), que teria sido imposto por Aécio e chegou a desagradar a alguns correligionários, que queriam como candidato o presidente do PSDB-MG, Marcus Pestana.

Ainda sobre Pimenta, mas sem citá-lo nominalmente, o candidato do PT disse: "Volta para Goiás, não precisa ficar aqui. Não tenho nada contra Goiás, mas se a pessoa é de lá, fica lá para cuidar da sua vida, dos carros, da sua empresa, porque não tem nada aqui. Nem carro emplacado em Minas não tem. Deixa então os mineiros cuidarem de Minas", enfatizou.

O petista ainda disse que o PSDB está no "desespero".

"Por mais que façam, as pesquisas não reagem. O povo não quer saber deles não. O povo cansou dessa enrolação, dessa 'mentirada' que eles contam, das propagandas bonitas e o povo passando dificuldade", disse.

"É possível mudar, isso aqui não é Monarquia, é República. A República demorou, mas está chegando a Minas Gerais", completou.

Pimentel ainda falou que o PT está também há 12 anos no governo federal, mas que não há comparação entre o que foi feito na gestão petista no País e na tucana no Estado.

"Olha a mudança gigantesca que o Brasil teve. (...) Com Pronatec, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos. E o que chegou aqui? O que chegou foi do governo federal e mesmo assim eles mudaram de nome para tentar apropriar para eles", explicou, citando, como exemplo, que o Luz para Todos virou Luz para Minas.

E convocou a todos os presentes a buscarem os votos dos indecisos. Nas últimas pesquisas de opinião, os indecisos ainda são um terço.

O encontro teve a presença de presidentes e lideranças de partidos da base aliada e os candidatos a vice-governador, Antonio Andrade (PMDB) e ao senado, Josué Alencar (PMDB).

Ambos, em seus discursos, pediram empenho para que a eleição no Estado seja decidida no primeiro turno, com vitória de Pimentel. "Não por comodismo, mas para temos mais tempo de organizar nossas coisas para governar o Estado", comentou Andrade.

Consenso

Antes de se encontrar com os correligionários, Pimentel, em entrevista ao MGTV 1ª edição, da TV Globo, afirmou que a propaganda política de sua campanha busca o consenso.

A frase foi em resposta às críticas de que, em sua campanha, aparecem poucas referências ao PT e de que seria uma estratégia dele não ser ligado a um partido que tem referências à corrupção.

"Não há nenhuma estratégia nesse sentido. Minha propaganda fala do PT, eu sou do PT desde a fundação do partido. (...) Partidos são importantes, para fazer política tem que ter partido. Agora, mais importante do que o partido, é a construção dos consensos necessários, para administrar, governar", declarou.

Ele reiterou que os casos envolvendo o partido com corrupção não atrapalharão o seu desempenho, porque os mineiros são muitos "maduros" e "conscientes" e que escolherão os melhores programas para o Estado.

Além disso, disse que, se eleito, os petistas serão tratados de forma igual aos integrantes dos outros partidos, tanto da coligação quanto de fora dela, para a nomeação de cargos.

"Sempre busquei os melhores nomes para os cargos e é isso que eu vou manter. Não tenho nenhuma obrigação de estar nomeando ou estar escolhendo pessoas, porque são filiadas a esse ou outro partido", declarou.

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