Brasil

PGR quer tirar foro privilegiado de políticos que não se reelegeram

Os investigados não reeleitos têm foro privilegiado até fevereiro de 2019, quando termina a atual legislatura

Raquel Dodge: a petição da PGR foi enviada à Suprema Corte nesta terça-feira (27) (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Raquel Dodge: a petição da PGR foi enviada à Suprema Corte nesta terça-feira (27) (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 21h27.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as investigações contra políticos que perderão a condição de foro privilegiado, por não terem sido reeleitos, sejam encaminhadas para instâncias judiciais inferiores. A petição da PGR foi enviada à Suprema Corte nesta terça-feira (27) e foi apresentado no âmbito da investigação sobre as doações ilegais de campanha eleitoral feitas pelo grupo J&F entre 2006 e 2014.

Os investigados não reeleitos têm foro privilegiado até fevereiro de 2019, quando termina a atual legislatura. Além do resultado das eleições deste ano, Raquel pede que o Supremo considere os casos que já se tornaram inquéritos, os fatos que prescreveram (referentes às eleições de 2006) e sugere a extinção de punibilidade de três investigados que já faleceram.

A procuradora observou ainda que as investigações de caixa dois referentes a dez parlamentares devem permanecer no STF e continuar como petições autônomas, devido a peculiaridades apontadas em cada doação eleitoral, conforme relatos prestados pelos colaboradores da J&F durante o processo.

A solicitação abarca processos que envolvem os deputados federais Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Paulo Teixeira (PT/SP), Alceu Moreira (MDB/RS), Jerônimo Goergen (PP/SR), Zé Silva (SD/MG) e Marcelo Castro (MDB/PI) e os senadores Ciro Nogueira (PP/PI), Renan Calheiros (MDB/AL), Wellington Fagundes (PR/MT) e Eduardo Braga (MDB/AM).

A procuradora argumenta na solicitação que o objetivo é dar celeridade às investigações que tratam de autoridades que manterão prerrogativa de foro perante o STF e otimizar o trabalho do tribunal. Raquel Dodge também ressaltou que o foro privilegiado, de acordo com novo entendimento, é aplicado apenas em casos de crimes ocorridos durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosRaquel DodgePGR - Procuradoria-Geral da República

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto que proíbe cobrança por bagagem de mão em voos

STF encerra processo contra Mauro Cid sobre trama golpista

Uso de drones com granadas, como na Ucrânia, escala poder do crime, dizem delegados

Lewandowski: Castro pode 'jogar a toalha' se sentir que não tem condições