Carla Zambelli: deputada federal deixou o Brasil após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão (Zeca Ribeiro/Agência Câmara)
Agência de notícias
Publicado em 3 de junho de 2025 às 16h22.
Última atualização em 3 de junho de 2025 às 16h23.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil após ser condenada pela Corte a dez anos de prisão. Após a manifestação da PGR, caberá ao STF decidir sobre a prisão.
Zambelli afirmou que deixou o Brasil e está na Europa nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Auriverde. Segundo a parlamentar, sua saída do país ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também alegou estar sendo alvo de "perseguição judicial", após ter sido condenada.
Investigadores que acompanham o caso trabalham com a hipótese de que ela deixou o país por uma rota terrestre que incluiu a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a fronteira com a Argentina. Segundo apurações preliminares, Zambelli teria atravessado a divisa até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, antes de seguir rumo a Ezeiza, na província de Buenos Aires. De lá, embarcou com destino aos Estados Unidos.
O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, confirmou que foi informado da viagem, e disse que ela deixou o país “para dar continuidade a um tratamento de saúde”. Ele disse que, "por motivo de foro íntimo", deixou a defesa da deputada.
Apesar de ter tido o passaporte apreendido em 2023, o documento foi posteriormente devolvido pelo STF.
Zambelli deixou o país antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.