Aloysio Nunes: segundo delator Ricardo Pessoa, ele teria acertado doação de R$ 500 mil à campanha de ministro ao Senado, em 2010 (Jorge Adorno/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 30 de maio de 2018 às 20h52.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu hoje (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito aberto para apurar a suposta doação eleitoral não contabilizada ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, em 2010.
A investigação está relacionada com os depoimentos de delação premiada do ex-executivo da empreiteira UTC Ricardo Pessoa. Segundo o delator, ele teria acertado doação de R$ 500 mil à campanha de Nunes ao Senado, em 2010. Aloysio está licenciado do mandato para ocupar o cargo de ministro.
Ao pedir o arquivamento, Raquel Dodge afirmou que os delatores não apresentaram provas para corroborar os depoimentos e não há dados suficientes para embasar o processo criminal.
"A autoridade policial no seu relatório final reconhece que as afirmativas constantes do termo de colaboração de Ricardo Ribeiro Pessoa, especificamente em relação à suposta doação em espécie à campanha de Aloysio Nunes Ferreira em 2010, não foram corroboradas por outros elementos de prova suficientes a comprovar a materialidade e a autoria das infrações investigadas, e, por isso, não há elementos para deflagrar ação penal", argumentou Dodge.
O pedido de arquivamento será analisado pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito. Não há prazo para a decisão.
A assessoria de imprensa do ministro das Relações Exteriores informou em nota que "depois de dois anos e oito meses de investigação, cumpridas todas as diligências requeridas pelo MPF, a PGR concluiu que não foram encontradas provas que justifiquem prosseguimento do inquérito nem instauração de processo".