Brasil

PGR pede ao STF investigação contra Onyx Lorenzoni e nove parlamentares

Pedido é fundamentado em trechos de delações premiadas de executivos do grupo J&F sobre episódios de caixa 2 entre 2010 e 2014

Onyx Lorenzoni: procuradora-geral da República defendeu que investigações contra essas 10 autoridades permaneçam na corte e que sejam autuadas como petições autônomas (Adriano Machado/Reuters)

Onyx Lorenzoni: procuradora-geral da República defendeu que investigações contra essas 10 autoridades permaneçam na corte e que sejam autuadas como petições autônomas (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 18h38.

Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta terça-feira, 28, um pedido de abertura de investigação contra o deputado federal reeleito e futuro ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e outros nove parlamentares por trechos de delações premiadas de executivos do grupo J&F sobre episódios de caixa 2 entre 2010 e 2014.

Na manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Dodge defendeu que investigações contra essas 10 autoridades permaneçam na corte e que sejam autuadas como petições autônomas para a continuidade das investigações.

No caso de Onyx, a procuradora-geral quer que se autue como uma única petição autônoma supostos episódios envolvendo caixa 2 nos anos de 2012 e 2014 que constam de planilhas entregue por delatores da JBS, processadora de carne controlada pelo grupo J&F.

Ainda haverá pedido de apurações contra os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Alceu Moreira (MDB-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS), Zé Silva (SD-MG) e Marcelo Castro (MDB-PI) e contra os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (MDB-AL), Wellington Fagundes (PR-MT) e Eduardo Braga (MDB-AM).

"Verificou-se... situações em que o recebimento de dinheiro de forma dissimulada ocorreu no curso do mandato parlamentar por agentes políticos que ainda são detentores de foro no STF, fazendo-se necessária a autuação de petições autônomas para adoção de providências em relação a cada autoridade envolvida", disse a chefe do Ministério Público Federal.

"Os distintos relatos de repasse de verbas envolvendo diversas autoridades públicas, em contextos que não guardam relação entre si, demandam o desmembramento dos presentes autos, de modo que cada procedimento siga o curso próprio", completou ela, sem especificar a situação de cada um.

O pedido de abertura de petição autônoma é uma espécie de etapa anterior a um pedido de abertura de inquérito pela PGR ao STF, mas na qual se é possível realizar preliminarmente procedimentos de investigação. No mesmo pedido, Dodge também enviou ao Supremo petição em que solicita o envio de investigações contra políticos não reeleitos e que perderão o foro com o fim da atual legislatura, a instâncias judiciais inferiores.

A procuradora-geral pede que o STF leve em consideração o resultado das eleições deste ano, as investigações que já se tornaram inquéritos, os investigados que já faleceram e os fatos que prescreveram.

Acompanhe tudo sobre:Onyx LorenzoniOperação Lava JatoRaquel DodgeSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso