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PGR pede abertura de inquérito para apurar protestos antidemocráticos

O procurador-geral não citou Bolsonaro, mas justificou o pedido ao STF dizendo que os atos foram cometidos por vários cidadãos, inclusive deputados federais

Protestos: Bolsonaro participou de um protesto neste domingo (19) em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Protestos: Bolsonaro participou de um protesto neste domingo (19) em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2020 às 14h40.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 14h52.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar a organização de atos antidemocráticos realizados no país na véspera que pediram o fechamento do Congresso Nacional e do STF, um dos dos quais contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Aras não cita especificamente o presidente Jair Bolsonaro, que participou de um ato em Brasília neste domingo em que se pedia a intervenção militar, mas justificou o pedido ao STF dizendo que os atos foram cometidos "por vários cidadãos, inclusive deputados federais". Cabe ao Supremo investigar pessoas com foro como deputados.

A presença de Bolsonaro na manifestação, em que apoiadores pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, gerou forte repercussão negativa entre políticos, ministros da Suprema Corte e entidades.]

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Bolsonaro não é alvo do inquérito pois até o momento não há indício de participação dele na organização dos atos. Um integrante da Cúpula da PGR informou à reportagem que o inquérito "não tem alvo", e sim "investigação para apurar autorias".

A investigação refere-se a atos realizados em todo o país, neste domingo, em que participantes pediram o fechamento de instituições democráticas, como o Congresso Nacional e o STF. O inquérito visa apurar possível violação da Lei de Segurança Nacional (7.170/1983). Uma das pautas de parte dos manifestantes era a reedição do AI-5, o ato institucional que endureceu o regime militar no País.

"O Estado brasileiro admite única ideologia que é a do regime da democracia participativa. Qualquer atentado à democracia afronta a Constituição e a Lei de Segurança Nacional", afirmou o procurador-geral.

No domingo, 19, Aras havia divulgado uma nota pública em que reitera o compromisso do Ministério Público brasileiro de velar "pela ordem jurídica que sustenta o regime democrático, nos termos da Constituição Federal".

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