Wilson Lima, governador do Amazonas. (Sandro Pereira/Estadão Conteúdo)
Mariana Martucci
Publicado em 26 de abril de 2021 às 20h25.
Última atualização em 26 de abril de 2021 às 20h33.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e mais 17 pessoas por crimes cometidos na aquisição de respiradores para pacientes de covid-19, informou o órgão nesta segunda-feira, um dia antes da instalação da CPI da Covid pelo Senado.
A investigação começou no ano passado, após notícias de que 28 aparelhos haviam sido comprados de uma loja de vinhos, e já foram deflagradas três fases de medidas como busca e apreensão autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ.
A acusação criminal feita pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, sustenta que na estrutura burocrática do governo do Amazonas, sob o comando de Lima, havia “uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a administração pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”.
Segundo a PGR, o governador exerceria o "comando dessa organização criminosa voltada para a prática de crimes diversos", sobretudo dispensa indevida de licitação, fraude à licitação e peculato.
A PGR pede a condenação dos denunciados, a perda dos cargos pelos servidores públicos e pagamento de 2,1 milhões de reais de indenização pelos supostos desvios.
Procurado, o governo do Amazonas não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A denúncia da PGR foi divulgada um dia antes da instalação pelo Senado da CPI da Covid, que investigará supostas irregularidades cometidas pelo governo federal, estados e municípios — no caso dos dois últimos com recursos federais — no enfrentamento à crise sanitária.