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PF prende suspeita com 200 mil euros na calcinha

A mulher já estava com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal sob suspeita de prática de lavagem de dinheiro


	Notas de euro: Nelma foi concunhada do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, condenado na emblemática Operação Anaconda
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Notas de euro: Nelma foi concunhada do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, condenado na emblemática Operação Anaconda (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 10h06.

São Paulo - Alvo da Operação Lava Jato, Nelma Mitsue Penasso Kodama foi presa pela Polícia Federal na madrugada de sábado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos sob a roupa.

Quase todo o dinheiro estava dentro da calcinha de Nelma, que foi concunhada do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos - condenado na emblemática Operação Anaconda, deflagrada em outubro de 2003 para combater suposto esquema de venda de sentenças judiciais.

Nelma já estava com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal em Curitiba, no âmbito da Lava Jato, sob suspeita de prática de lavagem de dinheiro. Na Delegacia da PF em Cumbica, ela foi autuada em flagrante por tentativa de evasão de divisas.

Quando a abordaram, os federais já tinham informações sobre o pacote de euros a partir de interceptação telefônica que estava em andamento.

Nelma declarou que trabalha no ramo de design e decoração e que iria usar o dinheiro para fazer compras de bens móveis na Europa. Alegou que não declarou os valores porque a Secretaria da Receita Federal estaria fechada. Além de Nelma, a Operação Lava Jato prendeu outros três doleiros, Alberto Youssef, Raul Srour e Carlos Habib Chater.


Nelma foi condenada anteriormente em outra investigação da PF, denominada Dolce Vita. Em agosto de 2011, a Justiça Federal em São Paulo impôs a ela pena de 3 anos e meio de reclusão, por lavagem de dinheiro - sanção substituída por prestação pecuniária (doação de 150 salários mínimos a entidade assistencial) e prestação de serviços à comunidade.

Nesse mesmo processo, foi condenado Rocha Mattos. O ex-juiz pegou 6 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro - ele recorre em liberdade.

A Justiça decretou a perda de seus bens, inclusive um apartamento de cobertura no Edifício Queen Julie, na Rua Maranhão, em Higienópolis, e uma casa no Alto da Boa Vista, zona sul. Nelma viveu com um irmão de Norma Emílio, ex-mulher de Rocha Mattos.

"Não tenho nenhum parentesco com ela (Nelma) e não sabia que foi presa em Cumbica", declarou o ex-juiz. "Nelma nunca foi na minha casa. Aliás, virou minha inimiga porque inventou coisas contra mim. Disse que eu comprei o apartamento da Rua Maranhão com dinheiro não declarado", completou Rocha Mattos.

"Os recursos passaram pelo Banco Central, não foi uma operação dissimulada, teve contrato de câmbio. Tanto que nessa parte fui absolvido." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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