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PF prende mais uma vez o empresário da Gradual Investimentos

A Operação Encilhamento, que investiga supostas fraudes em fundos municipais de pensão, culminou com nova prisão de Gabriel Paulo Gouvea de Freitas Júnior

Encerramento: em maio, com os sócios sob suspeita, a Gradual Investimentos anunciou o encerramento de suas atividades na Bolsa de Valores de São Paulo (Vagner Rosário/VEJA)

Encerramento: em maio, com os sócios sob suspeita, a Gradual Investimentos anunciou o encerramento de suas atividades na Bolsa de Valores de São Paulo (Vagner Rosário/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2018 às 14h04.

Última atualização em 25 de maio de 2018 às 14h11.

São Paulo - A Polícia Federal (PF) prendeu novamente o empresário Gabriel Paulo Gouvea de Freitas Júnior, ligado à Gradual Investimentos, na Operação Encilhamento, que investiga supostas fraudes em fundos municipais de pensão. A ordem de custódia é preventiva. Paulo Gouvea foi preso nesta quinta-feira, 24

Segundo a ordem de prisão, o empresário descumpriu duas das nove medidas cautelares impostas pelo desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), para ele ser solto, em 26 de abril.

De acordo com a investigação, Paulo Gouvea violou as regras estabelecidas pelo TRF-3 ao entrar em contato com o contador de uma das empresas usadas para emitir debêntures sem lastro. Ele também teria pedido para alterar retroativamente a contabilidade da empresa.

A Encilhamento foi deflagrada em 12 de abril. Na ocasião, Gabriel Gouvea e sua mulher Fernanda Ferraz de Braga Lima, então CEO da Gradual, foram presos. A operação é a segunda fase da Papel Fantasma, aberta pela Polícia Federal em São Paulo contra fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento.

A PF suspeita que os fundos têm debêntures sem lastro - título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor - que ultrapassam R$ 1,3 bilhão.

Segundo relatório da investigação, uma das empresas "sem lastro", a ITS, é ligada à Gradual e seus diretores, entre eles, Fernanda Lima. A PF trata a ITS como uma "empresa de fachada" integrante de suposto esquema.

No dia 26 de abril, o desembargador Nino Toldo soltou Gabriel Gouvea e também Fernanda Lima. O magistrado impôs ao casal medidas diversas da prisão como: o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, comparecimento mensal ao juízo, e "proibição de acesso à sede, escritórios e sucursais dos Municípios cujos institutos de previdência teriam sido vítimas dos supostos crimes em apuração e das empresas apontadas no bojo da investigação, bem como a eventos por eles realizados ou patrocinados".

O magistrado ainda determinou a "proibição de manter contato com os demais investigados, por qualquer meio, exceto aqueles com quem tenha parentesco direto, e com servidores e agentes políticos ligados aos municípios cujos institutos de previdência teriam sido vítimas dos supostos crimes em apuração, bem como quaisquer pessoas ligadas às empresas apontadas no bojo da investigação" e de ficar fora de seu domicílio por mais de sete dias. O casal também não pode deixar o País.

Em maio, com os sócios sob suspeita, a Gradual Investimentos anunciou o encerramento de suas atividades na Bolsa de Valores de São Paulo. Em nota, a corretora afirma que, "em virtude do encerramento de suas atividades de bolsa, a Gradual realizará tais operações apenas para a zeragem e transferência de posições".

"Solicitamos gentilmente que aguarde instruções", pedem os investigados aos clientes.

Defesa

A defesa de Gabriel Gouvêa afirma que "não houve descumprimento de medidas cautelares e, portanto, tomará as devidas providências."

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