Brasil

PF prende ex-presidente de banco em esquema de Cabral; FGV é investigada

Operação foi deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no RJ, em mais um desdobramento do esquema de corrupção comandando pelo ex-governador

PF prendeu o ex-presidente do Banco Prosper por suspeita de pagamento de propina durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (Marcelo Fonseca/Folha de S.Paulo)

PF prendeu o ex-presidente do Banco Prosper por suspeita de pagamento de propina durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (Marcelo Fonseca/Folha de S.Paulo)

R

Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 09h07.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-presidente do Banco Prosper Edson Figueiredo Menezes por suspeita de pagamento de propina para a contratação da instituição financeira no leilão do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Berj) durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso por comandar um esquema bilionário de corrupção na administração estadual.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) também está sendo investigada pela mesma operação, uma vez que foi contratada pelo governo do RJ para elaborar uma consultoria no processo de leilão do Berj e depois fez pagamento de mais de 3 milhões de reais ao Prosper a título de prestação de serviço.

A operação foi deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, em mais um desdobramento do esquema de corrupção comandando por Cabral, que está preso desde novembro de 2016 e já foi condenado em diversas ações por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes.

De acordo com um dos delatores do esquema, Cabral condicionou a realização do leilão do Berj e da folha de pagamento dos servidores do Estado à contratação do Prosper para recebimento de propina, o que foi confirmado, segundo o MPF, nas investigações envolvendo Menezes e a FGV.

"Em contrapartida, Edson Menezes realizou pagamentos ao grupo de Sérgio Cabral tanto em espécie quanto por meio da aquisição de vinhos de mais de mil dólares no mercado internacional", disse o MPF em comunicado sobre a operação, chamada Golias.

O MPF também ressaltou vínculo de amizade de Menezes com o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman, que foi denunciado pelos procuradores por corrupção devido à suspeita de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Menezes chegou a ocupar a presidente do comitê organizador da Olimpíada após o afastamento de Nuzman em decorrência das investigações.

O Banco Prosper teve liquidação decretada pelo Banco Central em 2012. Em janeiro de 2016, o BC cessou a liquidação extrajudicial a que o banco havia sido submetido, passando a liquidação para a Justiça.

Não foi possível localizar representantes de Menezes de imediato.

A FGV não estava disponível de imediato para comentar.

Acompanhe tudo sobre:BancosCorrupçãoFGV - Fundação Getúlio VargasOperação Lava JatoSérgio Cabral

Mais de Brasil

Cidade do Rio pode ter o dia mais frio do ano nesta quinta-feira; veja previsão

Com maioria formada para ampliar responsabilização de plataformas, STF continua julgamento

CPI das Bets vota relatório final com pedido de indiciamento de influenciadoras

Senado aprova fim de atenuante de idade para crimes de estupro