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PF prende delator da Lava Jato por envolvimento com tráfico de drogas

Prisão faz parte de uma operação deflagrada para desarticular estrutura comandada por um dos maiores traficantes da América do Sul

Polícia Federal: operador financeiro que havia fechado acordo de delação premiada com a força-tarefa da operação Lava Jato foi preso nesta terça-feira (Vagner Rosário/VEJA)

Polícia Federal: operador financeiro que havia fechado acordo de delação premiada com a força-tarefa da operação Lava Jato foi preso nesta terça-feira (Vagner Rosário/VEJA)

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Reuters

Publicado em 15 de maio de 2018 às 11h52.

Rio de Janeiro - Um operador financeiro que havia fechado acordo de delação premiada com a força-tarefa da operação Lava Jato foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro para o tráfico internacional de drogas, informou a PF.

A prisão do doleiro Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como "Ceará", faz parte de uma operação deflagrada para desarticular estrutura comandada por um dos maiores traficantes da América do Sul suspeito de ter movimentado ao menos 140 milhões de dólares somente entre 2014 e 2017, segundo a polícia.

De acordo com a PF, o doleiro investigado na Lava Jato foi preso nesta manhã junto com mais sete pessoas no âmbito da operação Efeito Dominó, que envolveu cerca de 90 agentes da Polícia Federal para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.

O objetivo da ação é desarticular um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas comandado por Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, que foi preso em julho do ano passado pela PF acusado de ser um dos "barões das drogas". [nL1N1JS0C9]

"As investigações demonstram robustos indícios a cerca do modus operandi da organização criminosa... pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas, e, de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína", disse a PF em comunicado.

O delegado da PF Roberto Biasoli, responsável pela investigação, disse em entrevista coletiva que "Ceará" vinha atuando em parceria com o "Cabeça Branca" pelo menos desde 2016. Segundo a PF, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto a quebra do acordo firmado.

Além do doleiro investigado pela Lava Jato, outro operador financeiro já havia sido investigado pelas autoridades por lavagem de dinheiro, este na chamada operação Farol da Colina, que investigou o caso do Banestado, acrescentou a PF.

A ação desta terça-feira é um desdobramento da chamada operação Spectrum, que prendeu Luiz Carlos da Rocha em julho de 2017.

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