Desmatamento: maioria das prisões ocorreu em Goiás (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2014 às 20h55.
Goiânia - Até a tarde desta quinta-feira, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, 36 pessoas já tinham sido presas e outras 12 eram procuradas por crimes ambientais. Em Goiás, 17 presos são suspeitos de envolvimento na devastação de áreas de Cerrado, dano avaliado em meio bilhão de reais pelo coordenador geral de Fiscalização Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Jair Schmitt.
As prisões ocorreram durante uma ação conjunta envolvendo a Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e o Ibama, chamada de Operação Metástase, em referência à forma com que males como o câncer podem se espalhar, a exemplo dos crimes ambientais descobertos.
A maioria das prisões ocorreu em Goiás, onde os presos têm ligação com uma antiga fraude envolvendo a transformação ilegal de Cerrado goiano em carvão de origem lícita para abastecer siderúrgicas de Minas Gerais, e que não estancou após apurações locais pelo Ministério Público Estadual.
O procurador da República Marco Túlio Oliveira, do MPF em Goiás, salientou que grande quantidade de carvão ilegal continuava sendo entregue às siderúrgicas mineiras.
A PF investigou a quadrilha por dois anos, monitorando conversas e imagens de satélite que mostravam a movimentação de caminhões com carga de madeira ilegal pelas estradas de sete estados onde a operação foi realizada hoje. O foco também foi na devastação da Caatinga. A operação visa minimizar a degradação ambiental e proteger cerca de 10 mil hectares dos dois biomas: Cerrado e Caatinga.
Cerca de 400 agentes participaram da operação que transcorreu em Goiás, Minas Gerais e Tocantins, com 6 presos em cada; Bahia e Paraná, com 3 presos em cada; e Mato Grosso, com uma prisão.
Um total de 48 mandados de prisão, três de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão tinham sido expedidos pela Justiça Federal. A PF apontou a participação de servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) nos crimes. A secretaria, segundo divulgou a TV Anhanguera, negou a participação de servidores do órgão.