Agentes da Polícia Federal: rede de pedófilos produzia material pornográfico, compartilhava o conteúdo na internet e o distribuía a outros países, diz delegado (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 14h16.
Rio de Janeiro - Pelo menos 19 pessoas foram detidas nesta terça-feira em uma operação da Polícia Federal (PF) contra uma rede de pedófilos que produzia material pornográfico com crianças, compartilhava o conteúdo na internet e o distribuía a outros países, informou Flavio Setti, delegado da PF responsável pelo caso.
A operação começou na madrugada e mobilizou cerca de 400 agentes federais em Goiás, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão e Minas Gerais, segundo um comunicado da Polícia Federal.
Conhecida como "Glasnost" ("transparência" em russo), a operação também prevê, mediante um acordo de cooperação com o FBI (polícia federal americana), a detenção de brasileiros que fazem parte da rede e vivem nos Estados Unidos.
"Do total de prisões, sete foram no Paraná e os outros em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre", explicou Flavio Setti.
De acordo com o delegado, foram expedidos 86 mandados de busca e apreensão, 30 de condução coercitiva (quando são levados para a delegacia para prestar depoimento), e um de prisão preventiva. Segundo ele, o mandado de prisão preventiva foi cumprido em São Paulo.
A detenção dos 19 dos investigados foi justificada pela polícia depois de os agentes encontrarem imagens de pornografia e de abusos sexuais com adolescentes, crianças e até bebês nos computadores ou em memórias digitais dos acusados. A PF informou ainda que a rede utilizava um site hospedado na Rússia para compartilhar e divulgar os vídeos e as fotos.
"A investigação foi iniciada há dois anos. Começou com a prisão de outros pedófilos e com a menção a um site russo que seria utilizado para troca e divulgação de pornografia infantil para várias partes do mundo", afirmou o delegado.
A investigação identificou quase cem pessoas envolvidas na produção e distribuição do material. Entre os identificados, um abusava sexualmente da própria filha de cinco anos de idade.
A rede era integrada por pessoas de diversas idades e profissões, como um policial militar, um oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), professores e o chefe de um grupo de escoteiros.