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PF não prendeu assassino de família brasileira, diz Espanha

Ontem, a Guarda Civil revelou a identidade do suspeito do quádruplo assassinato, o sobrinho do pai da família, Marcos Nogueira


	Espanha: a família era "trabalhadora e humilde" e não tinha envolvimento com qualquer atividade criminosa
 (Guarda Civil da Espanha/Divulgação)

Espanha: a família era "trabalhadora e humilde" e não tinha envolvimento com qualquer atividade criminosa (Guarda Civil da Espanha/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 14h32.

Guadalajara - A Guarda Civil da Espanha afirmou nesta quarta-feira que a Polícia Federal (PF) brasileira há poucos dias colheu depoimento, mas não deteve François Patrick Nogueira Gouveia, o possível assassino da família paraibana que morava na Espanha.

Em entrevista coletiva hoje, o tenente-coronel Pascual Segura afirmou que "cada país tem os seus procedimentos legais e que devem ser eles que têm que dar esses passos", mas ressaltou que a colaboração com a PF é permanente e o suposto autor estaria localizado.

No entanto, por não existir convênio de extradição, uma vez que ele seja detido seria preciso pedir uma comissão rogatória para enviar a equipe de investigação ao Brasil, já que o suposto autor seria julgado em território brasileiro.

Ontem, a Guarda Civil revelou a identidade do suspeito do quádruplo assassinato, o sobrinho do pai da família, Marcos Nogueira, que teria assassinado o próprio Marcos, sua esposa, Janaína Santos Américo e os dois filhos do casal, de um e quatro anos, em um crime que comoveu a Espanha.

A família, que teve os corpos achados em bolsas no dia 18 de setembro após um alerta feito por vizinhos, era "trabalhadora e humilde" e não tinha envolvimento com qualquer atividade criminosa, segundo informou hoje na entrevista Pascual Segura, e o comandante da Guarda Civil Juan Jesús Reina.

Desde o início, todos os indícios apontavam ao sobrinho de Marcos, por isso no último dia 22 um juiz espanhol emitiu uma ordem internacional de prisão que ontem foi ampliada com novos dados derivados da investigação.

Os investigadores descobriram que 17 de agosto foi o último dia em que Marcos, que era gerente de um restaurante, foi ao trabalho e acreditam que essa foi a data do assassinato, que "aconteceu em sequência, já que o suposto assassino não encontrou todas as vítimas ao mesmo tempo".

Os responsáveis pela investigação ainda não determinaram os motivos do crime, mas também não descartaram crime passional e o possível interesse que o sobrinho tinha por Janaina, e por isso trabalham em várias linhas de investigação.

Os corpos foram encontrados com sinais de grande violência, e foram descobertos depois que vizinhos alertaram à Polícia sobre o odor nas imediações da casa.

Os investigadores determinaram "por múltiplos indícios razoáveis", que o suposto autor é François Patrick Nogueira Gouveia, de 20 anos, sobrinho de Marcos e que residiu por quatro meses em Madri com a família antes de ela se mudar para o município de Guadalajara (centro).

François Patrick deixou a Espanha 48 horas depois de os corpos terem sido encontrados, já que no dia 19 de setembro - 24 horas após a descoberta - alterou uma passagem aérea comprada para o Brasil para 16 de novembro e embarcou no dia seguinte, 20 de setembro.

Os investigadores destacaram também o caráter agressivo e violento do jovem, que em 2013, aos 16 anos, esfaqueou um professor dentro de sala de aula.

A ordem de detenção internacional emitida pela Justiça espanhola se fundamental em "vários" indícios razoáveis que os investigadores obtiveram e em provas conclusivas contra o suposto autor dos fatos.

A Guarda Civil da Espanha mantém o caso em sigilo, mas descartou os rumores sobre a relação da família com o tráfico de drogas e o crime organizado. 

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