Brasil

Polícia liga doleiro a 17 contratos da Petrobras

O doleiro Alberto Youssef intermediou 750 projetos entre grandes construtoras e órgãos públicos, entre fevereiro de 2009 e maio de 2012


	Favores: relatório cita grandes empresas, como Camargo Correa, Petrobras, Copasa e Comperj
 (Getty Images)

Favores: relatório cita grandes empresas, como Camargo Correa, Petrobras, Copasa e Comperj (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 11h07.

São Paulo - Alvo central da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal desde março, intermediou 750 projetos entre grandes construtoras e órgãos públicos, entre fevereiro de 2009 e maio de 2012.

Somados, os valores referentes a estes contratos ultrapassam a "casa dos bilhões", segundo a PF. Pelo menos 17 deles são da Petrobras para grandes empreendimentos nas áreas de refinarias e gás, suspeitam os federais.

A investigação aponta, preliminarmente, que Youssef recebeu comissões no valor aproximado de R$ 160 milhões.

A PF também apura a suposta participação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa nos negócios de interesse do doleiro. Os investigadores suspeitam ainda que Youssef estendeu sua atuação a outros países, como Argentina e Uruguai.

A lista consta do Relatório de Projetos, um documento de 34 páginas apreendido pela PF na casa do doleiro. Youssef já é réu em cinco ações decorrentes da operação. A PF agora vai cruzar informações lançadas na planilha com os dados relativos aos contratos firmados pelos órgãos públicos.

"Para cada projeto destacado há um cliente vinculado, geralmente uma grande construtora, e para cada cliente há um cliente final, quase sempre empresas públicas, como Petrobras, Copasa, Comperj e algumas empresas privadas", relata a PF.

Em outro trecho, o relatório cita sete das maiores empreiteiras do país como detentoras de "inúmeros contratos" com órgãos públicos. "A tabela relaciona cada cliente a um contato e um número de telefone, assim, dessa forma, Alberto Youssef acompanharia o desenvolvimento dos projetos."

Na planilha, de acordo com a PF, há diversas citações ao nome do Consórcio Nacional Camargo Correa (CNCC) ao lado de valores "expressivos, não raros milionários", tendo como cliente final a Petrobras - Refinaria Abreu e Lima.

O consórcio teria, segundo a PF, firmado contrato com a Sanko-Sider no valor de R$ 130 milhões, em que Youssef aparece possuindo "relações diretas com a referida empresa e seus dirigentes, inclusive recebendo valores".

O Grupo Sanko afirmou que já entregou à Justiça "documentos que demonstram a correção de seus contratos e negócios". Segundo a Camargo Correa, o contrato firmado com o CNCC foi objeto de licitação pública pelo menor preço. A Petrobras não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaCamargo CorrêaCapitalização da PetrobrasConstrução civilCopasaEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPolícia FederalSaneamentoServiços

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações