O tenente-coronel foi o pivô da investigação sobre as fraudes nos certificados de vacina, que atinge também o ex-presidente (Alan santos/Presidência/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 8 de maio de 2023 às 13h20.
Última atualização em 8 de maio de 2023 às 14h40.
A Polícia Federal (PF) investiga a origem do dinheiro apreendido na casa do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), na Operação Venire. Ele foi preso preventivamente na última quarta-feira, dia 3, por suspeita de participação em um esquema de adulteração de dados nos sistemas do Ministério da Saúde para fraudar comprovantes de vacinação contra a covid-19.
Os policiais encontraram US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie em um cofre na casa do militar. Ele agora é investigado também por lavagem de dinheiro. A informação foi divulgada pelo programa "Fantástico", da TV Globo, e confirmada pelo "Estadão".
A PF identificou uma conta bancária em nome de Mauro Cid aberta nos Estados Unidos. Os investigadores pretendem pedir a quebra do sigilo da conta para analisar a movimentação financeira do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O tenente-coronel foi o pivô da investigação sobre as fraudes nos certificados de vacina, que atinge também o ex-presidente. A apuração teve início com a quebra do sigilo de mensagem de Mauro Cid. A PF encontrou conversas sobre as fraudes nos dados de vacinação.
O ex-ajudante de ordens da Presidência também foi implicado pela PF na investigação sobre o vazamento de informações relacionadas a um ataque hacker aos sistemas da Justiça Eleitoral. A íntegra da investigação da Polícia Federal sobre o ataque cibernético foi divulgada por Bolsonaro nas redes sociais e usada de maneira distorcida para espalhar a narrativa infundada de fraude nas urnas. A PF afirma que Mauro Cid participou deste e de "outros eventos também destinados à difusão de notícias promotoras de desinformação da população", incluindo a live em que Bolsonaro associou a vacina contra a covid-19 com o vírus da aids.
A reportagem do "Estadão" entrou em contato com a defesa de Mauro Cid e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.