PF: os agentes investigam onze investimentos malsucedidos entre 2009 e 2016, no valor de R$ 422,6 milhões (Vagner Rosário/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de maio de 2018 às 11h38.
São Paulo - A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 8, a Operação Fundo Perdido, após ordem da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Quatro mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão são cumpridos na investigação da má gestão dos recursos da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social (Refer), fundo de pensão de empregados pertencentes à diversas empresas da área de transportes ferroviários.
O prejuízo estimado pela PF, que instaurou inquérito sobre o caso em 2014, é de quase 300 milhões de reais. Na época, a política de investimentos da Refer foi alterada, permitindo um afrouxamento no processo decisório da entidade que facilitou a realização de, ao menos, onze investimentos malsucedidos entre 2009 e 2016, em um valor total de R$ 422,6 milhões.
Essa alteração da política de investimentos da Refer ocorreu na gestão de três diretores, que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, juntamente com o Coordenador de Investimentos do Fundo de Pensão. O Comitê Diretor de Investimentos e o Conselho Deliberativo da Refer também decidiram pelo afrouxamento das regras.
São investigados os crimes de gestão fraudulenta e organização criminosa, tendo a Justiça determinado o afastamento cautelar de um diretor e de um gerente da Refer. Também foi determinada a apreensão dos passaportes de diversos empregados do Fundo de Pensão, além do bloqueio de bens e do afastamento de sigilo bancário e fiscal.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar do Ministério da Fazenda (Previc) e o Ministério Público Federal (MPF) atuaram juntamente com a PF na apuração dos fatos, tendo a Previc efetuado diversas autuações administrativas dentro da sua atribuição fiscalizatória.