São Paulo: escritório de advocacia gerenciava a emissão das notas fiscais para o Consórcio Soma e outros clientes (Fernando Frazãoag/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 10h36.
São Paulo - A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Chorume, sétima fase da Operação Descarte, dedicada à apuração da emissão de notas fiscais frias para o consórcio Soma, que foi responsável por metade dos serviços de limpeza urbana de São Paulo.
As investigações identificaram que um escritório de advocacia gerenciava a emissão das notas fiscais de fornecimento de matéria-prima ou prestação de serviços, e a entrega de dinheiro em espécie para o Consórcio Soma e outros clientes.
Até o momento foram identificadas três pessoas responsáveis pela entrega do dinheiro para o escritório de advocacia repassar aos seus clientes. Eles indicavam as contas bancárias de empresas fictícias para as quais deveriam ser realizadas as transferências, em seguida devolviam o dinheiro em espécie, com a cobrança de uma taxa de 2% a 3% do montante por esse serviço.
O grupo contatou pessoas supostamente com influência na Receita Federal em Brasília para tentar barrar as fiscalizações, mediante o pagamento de R$ 3 milhões de reais. Metade do valor foi paga, parte dele para um escritório de advocacia no Distrito Federal.
São cumpridos mandados de busca na capital, além de cidades de Barueri, Santana de Parnaíba, Francisco Morato, Santos, São José do Rio Preto, Itajaí (SC), Brasília e Cidade Ocidental (GO).
Os crimes apurados pela investigação envolvem lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária, violação de sigilo funcional, organização criminosa, embaraço à investigação de crime que envolva organização criminosa e corrupção ativa e passiva.