(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2021 às 11h36.
Última atualização em 26 de março de 2021 às 11h50.
A Polícia Federal fez nesta sexta-feira uma operação para investigar a denúncia de importação e aplicação irregular de vacinas contra Covid-19 por um grupo de empresários de Minas Gerais.
Estavam sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, onde, de acordo com reportagem da revista Piauí, empresários de empresas mineiras e suas famílias estavam recebendo as vacinas. Ainda de acordo com a revista, as vacinas importadas irregularmente seriam do laboratório Pfizer.
A investigação foi aberta na quinta-feira pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais. De acordo com o MP, se os fatos forem confirmados podem indicar importação ilegal de medicamentos e violação, se foi feita antes da aprovação da lei que autorizou a importação por Estados, municípios e entidades privadas.
Se foi posterior, inclui o crime de descaminho, já que a lei obrigada a doação das vacinas importadas ao Sistema Único de Saúde enquanto todos os grupos prioritários não estiverem vacinados.
A Pfizer negou em nota qualquer venda ou distribuição da vacina da empresa no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização (PNI), e lembrou que o imunizante ainda não está disponível no território brasileiro.
A empresa lembrou ter firmado um acordo com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 100 milhões de doses ao longo deste ano, com as primeiras entregas em abril.
Citada na reportagem, a empresa ArcelorMittal disse, em nota, que nunca comprou nenhuma vacina para o combate da Covid-19, e que sua empresa de gestão de saúde, a Abertta Saúde, atua como posto avançado de vacinação do SUS em Belo Horizonte e Contagem.
"A ArcelorMittal desconhece qualquer atuação de seus profissionais em atos correlacionados à vacinação fora dos protocolos do Ministério da Saúde e do Programa Nacional de Imunização – PNI", afirmou.
O processo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil tem sido lento desde meados de janeiro, o que tem contribuído para o pior momento da pandemia no país, com média de mortes superior a 2.000 por dia nas últimas semanas.