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PF investiga desvios de R$ 100 mi de hospital de campanha e UPA em MG

Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras

Polícia Federal: agentes cumprem mandados de busca e apreensão  (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Polícia Federal: agentes cumprem mandados de busca e apreensão (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 16h17.

Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 17h33.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta, 11, a Operação Entre Amigos que investiga supostos desvios na gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto e do Hospital de Campanha de Divinópolis, contrato que ultrapassa 100 milhões de reais.

Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão nas cidades mineiras de Divinópolis, Belo Horizonte, Oliveira, Betim, Contagem, Mateus Leme, Lagoa Santa e São Joaquim de Bicas. Mais de 110 policiais federais e 10 auditores da Controladoria-Geral da União participam das ações.

A Justiça expediu ainda 50 ordens de afastamento de sigilo fiscal e bancário, uma de afastamento de função pública e quatro de afastamento do exercício de atividade econômica. Além disso, foi ordenado o bloqueio de mais de 2 milhões de reais em bens de nove empresas investigadas.

Segundo a PF, a investigação teve início após uma denúncia de suposto sobrepreço na locação de ambulâncias para a UPA. No entanto, após a corporação analisar documentos apresentados pela prefeitura de Divinópolis e a Controladoria-Geral da União avaliar alguns contratos, a investigação foi ampliada para também abarcar a contratação de Organização Social (OS) para gerenciamento da UPA Padre Roberto e do hospital de campanha.

O valor total do contrato de gestão firmado entre a prefeitura e a OS, com vigência de 60 meses, somado aos dois termos aditivos, é de mais de 103 milhões de reais. O montante envolve recursos provenientes de fontes municipais, estaduais e de repasses do Fundo Nacional de Saúde (FNS), indicou a PF.

Segundo a corporação, as análises da CGU identificaram 'fortes indícios' de desvio de recursos em contratações realizadas pela OS: favorecimento de empresas; ausência de divulgação de editais; e sobrepreço em compras.

Além disso, há indícios de que a entidade teria sido favorecida pela Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis em seu processo de qualificação como Organização Social.

A Polícia Federal apontou que os investigados podem responder pelos crimes de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e associação criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 19 anos de prisão.

Com a palavra, a prefeitura de Divinópolis

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a prefeitura, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

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