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PF indicia quatro mulheres apontadas como laranjas do PSL nas eleições

Indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa; inquérito será enviado ao MP e pode virar, ou não, denúncia

Marcelo Álvaro Antonio: ministro do turismo nega envolvimento no caso sob acusação (Valter Campanato/Agência Brasil)

Marcelo Álvaro Antonio: ministro do turismo nega envolvimento no caso sob acusação (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2019 às 18h44.

Última atualização em 1 de julho de 2019 às 18h49.

Belo Horizonte - A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira, 1º, as quatro mulheres apontadas como candidatas-laranja do PSL nas eleições de 2018. Em depoimentos ao longo das investigações, todas permaneceram em silêncio. O indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. O inquérito será agora enviado para o Ministério Público, para apresentação, ou não, de denúncia.

O esquema foi denunciado pela Folha de S.Paulo. Conforme as investigações da Polícia Federal, o partido, que à época tinha como presidente em Minas Gerais o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. As ex-candidatas indiciadas são Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100.

Na última quinta-feira, 27, a Polícia Federal, também no âmbito das investigações sobre o esquema, prendeu o assessor especial de Marcelo Álvaro no ministério, Mateus von Rondon, e dois coordenadores da campanha do hoje ministro a deputado federal no ano passado, Roberto Soares, conhecido como Robertinho, e Haissander Souza de Paula. Os dois trabalhavam, respectivamente, em Ipatinga e Governador Valadares. No sábado, 29, os três tiveram pedido de prisão negado pela Justiça Eleitoral em Belo Horizonte.

O ministro do Turismo nega qualquer participação no esquema. A reportagem entrou em contato com o diretório do PSL em Minas e aguarda retorno. Nas investigações, ficou comprovado, entre outros pontos, que uma gráfica utilizada no suposto esquema já não funcionava dois anos antes das eleições. A Polícia Federal apurou ainda que a empresa pertencia a um irmão de Roberto Soares.

Segundo a Polícia Federal, a relação custo por voto entre as mulheres que teriam sido usadas como laranjas no esquema era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições. O custo médio entre os que venceram era de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300.

As penas máximas para os três crimes são de 9 anos e três meses de prisão. O Ministério Público de Minas Gerais também investiga o suposto esquema de desvio de recursos do fundo eleitoral.

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