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PF identifica topógrafo de sítio frequentado por Lula

As suspeitas são que a empreiteira OAS tenha realizado a reforma, em 2011, como compensação por contratos no governo


	Ex-presidente Lula: as suspeitas são que a empreiteira OAS tenha realizado a reforma do sítio, em 2011, como compensação por contratos no governo
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Ex-presidente Lula: as suspeitas são que a empreiteira OAS tenha realizado a reforma do sítio, em 2011, como compensação por contratos no governo (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 07h52.

Brasília - A Polícia Federal investiga as obras em um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e família.

As suspeitas são que a empreiteira OAS - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobras - tenha realizado a reforma, em 2011, como compensação por contratos no governo.

A Operação Lava Jato identificou um dos responsáveis técnicos pelo estudo que antecedeu o projeto de reforma do Sítio Santa Bárbara, no bairro Portão, zona rural de Atibaia, o técnico de agrimensura Claudio Benatti.

Os investigadores também identificaram o contratante dos serviços técnicos, o empresário Jonas Leite Suassuna Filho - que é dono oficial do sítio, desde outubro de 2010. Dono do Grupo Gol de editoras, Suassuna foi sócio de um dos filhos do ex-presidente e também proprietário do imóvel onde ele mora, em São Paulo.

Nesta terça-feira, 12, o delegado Cesar de Freitas Xavier, da equipe da Lava Jato, em Curitiba, determinou que Benatti, que é de Monte Alegre do Sul (SP), seja ouvido por carta precatória.

O nome do técnico foi apresentado aos investigadores da PF pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) de São Paulo, no início do mês, após o órgão ser intimado a prestar esclarecimentos sobre registros de obras realizadas na propriedade.

Benatti foi responsável pelo levantamento planialtimétrico da área onde foi executada a reforma. O CREA informou à PF, em ofício no dia 4 de janeiro, que além de Benatti, assina a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) o empresário Jonas Suassuna, como contratante dos serviços de Benatti.

"Em relação ao Sítio Santa Bárbara, localizamos em nosso banco de dados a ART nº 92221220110091610 do Técnico em Agrimensura Claudio Benatti, sendo o contratante Jonas Leite Suassuna Filho", informa o Ofício 9642/2015, assinado pelo secretário-geral do CREA-SP Nivaldo Bósio.

O CREA encaminhou à PF cópia da ART em nome de Benatti, tendo como contratante o empresário ligado à família de Lula. Pelo documento, o contrato é de 18 de dezembro de 2010, com início de vigência dos serviços em 20 de janeiro de 2011.

No despacho desta terça-feira, 12, o delegado Cesar Xavier intimou que o CREA forneça mais dados sobre ARTs emitidas pelo órgão, tendo como contratante o empresário Jonas Suassuna.

E solicitou ainda ao Cartório de Registro de Imóveis de Atibaia a matrícula do "Sítio Santa Bárbara" ou "Sítio Santa Denise" que teria pertencido a Adalton e Neusa Santarelli.

Santa Bárbara

No pedido de informações ao CREA apresentado pela Lava Jato no final de 2015, o delegado Eduardo Mauat da Silva solicitou dados sobre o "Sítio Santa Denise", em Atibaia, em nome da família Santarelli.

Na resposta do CREA, o órgão informou não ter registros da ART em tais nomes.

"Ressaltamos que realizamos pesquisas no site de busca ‘Google’ para obtenção de informações a respeito do Sitio Santa Denise em Atibaia - SP e o referido site automaticamente apresenta informações do Sitio Santa Bárbara em Atibaia - SP."

O sítio Santa Bárbara pertencia à família Santarelli e está registrado atualmente em nome de Jonas Suassuna.

Em abril do ano passado, a Revista Veja publicou reportagem em que apontou que a reforma do sítio foi executada pela OAS, em 2011, a pedido do ex-presidente Lula - que costuma frequentar o imóvel rural para pescar.

O responsável pelo serviço teria sido o ex-presidente da empreiteira José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - preso pela Lava Jato em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015.

A OAS, procurada via assessoria de imprensa, informou que "a empresa não tem nada a declarar sobre esses temas".

O empresário Jonas Suassuna não foi localizado para comentar o caso.

O ex-presidente Lula foi procurado via assessoria de imprensa, mas não havia respondido aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.

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