Brasil

PF faz buscas em agências do INSS em SP contra fraudes de R$ 55 milhões

Polícia Federal indicou que a desarticulação do grupo pode resultar em uma economia de R$ 347 milhões

INSS: Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira, 23, a Operação Cronocinese em agências do INSS (Germano Lüders/Exame)

INSS: Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira, 23, a Operação Cronocinese em agências do INSS (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 09h37.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira, 23, a Operação Cronocinese, para investigar a participação de advogados, contadores e servidores do INSS em fraudes de aposentadorias com a "criação fictícia de tempo de contribuição". Segundo a PF, o esquema casou prejuízo de R$ 55 milhões. A corporação indicou ainda que a desarticulação do grupo pode resultar em uma economia de R$ 347 milhões.

Cerca de 80 policiais federais cumprem 22 mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios dos envolvidos e em quarto agências do INSS. As buscas são realizadas em endereços de Guarulhos (1), Diadema (1) e da capital paulista (20). As ordens foram expedidas pelo Juízo da 9ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

As investigações apontaram o esquema envolvia o cálculo de tempo de contribuição fictício para aposentadorias - além do previsto - por meio da transmissão de Guias de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social de empresas inativas.

O documento é utilizado pelas empresas para recolhimento do Fundo de Garantia e disponibilização de informações à Previdência Social, entre elas a comprovação do tempo de contribuição dos funcionários.

Segundo a PF, as fraudes possibilitaram a concessão de aposentadorias a pessoas que não tinham tempo de contribuição suficiente e informavam vínculos de trabalho inexistentes.

A investigação identificou centenas de benefícios fraudulentos e apurou que todos eles eram concentrados em seis servidores do INSS. De acordo com a PF, tais funcionários aprovavam os requerimentos sem observar previsões legais como período de carência e conferência física dos documentos apresentados.

Segundo a Polícia Federal, dois escritórios de contabilidade inseriam dados falsos nos sistemas do INSS e transmitiam documentos com os períodos fictícios. A ação investiga ainda cinco advogados, identificados como responsáveis pela captação de clientes e pela formalização dos requerimentos de aposentadoria junto ao INSS.

De acordo com a corporação, os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato e inserção de dados falsos em sistemas de informação, cujas penas variam de 2 a 12 anos de reclusão.

A Polícia Federal indicou ainda que os benefícios suspeitos serão revisados administrativamente pelo INSS e poderão ter seus pagamentos suspensos.

Segundo a PF, o nome da operação, "Cronocinese", tem relação com a capacidade de manipular o fluxo de tempo e dessa maneira faria referência ao mecanismo de fraude utilizado pelo grupo criminoso - "a criação fictícia de tempo de contribuição".

As investigações foram realizadas pela Polícia Federal e pela Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Ministério da Economia.

Acompanhe tudo sobre:Aposentadoria pelo INSSFraudesINSSPolícia Federal

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso