Brasil

PF prende 33 e investiga vice-presidente da CBF

Marco Polo Del Nero teve sua casa vasculhada e prestou depoimento como parte de uma operação contra quadrilhas que atuavam na venda de informações sigilosas


	Marco Polo Del Nero: polícia não forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento do cartona nas organizações criminosas
 (Flickr/Governo de São Paulo)

Marco Polo Del Nero: polícia não forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento do cartona nas organizações criminosas (Flickr/Governo de São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 13h09.

Rio de Janeiro - O vice-presidente da CBF e membro do comitê executivo da Fifa, Marco Polo Del Nero, teve sua casa vasculhada pela Polícia Federal e prestou depoimento em São Paulo, nesta segunda-feira, como parte de uma operação contra quadrilhas que atuavam na venda de informações sigilosas e cometendo crimes contra o sistema financeiro, informou a PF.

A polícia não forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento de Del Nero nas organizações criminosas. A PF informou, em comunicado, que 33 pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos Estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Del Nero, que tem um escritório de advocacia e também é presidente da Federação Paulista de Futebol, disse em nota oficial que prestou depoimento regulamentar à Polícia Federal, sendo liberado em seguida, após ter sido "surpreendido em uma operação da Polícia Federal durante esta madrugada".

O dirigente assumiu o posto de representante da América do Sul no comitê executivo da Fifa no lugar de Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo e à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no início do ano, em meio a inúmeras denúncias de corrupção.

Del Nero também faz parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, em visita ao Brasil, afirmou que a entidade também poderá investigar Del Nero. "Temos uma comitê de ética com liberdade para investigar qualquer membro da Fifa, mas não podemos acusar ninguém. Somos todos inocentes até que prove o contrário", disse o dirigente no Rio de Janeiro, durante a Soccerex.

O inquérito da Polícia Federal, iniciado em 2009, identificou duas organizações criminosas e que tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos. A PF batizou a operação de Durkheim.

Uma organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central, segundo a PF, e a outra atuava como uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas, e por seus fornecedores, pessoas com acesso a bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos.

Acompanhe tudo sobre:CBFCorrupçãoEscândalosFifaFraudes

Mais de Brasil

Anatel divulga lista de bets irregulares que começam a sair do ar nesta sexta-feira

Lula reconhece participação 'acanhada' no 1º turno das eleições e defende Boulos em SP

Orçamento será executado assim que regras de transparência forem aprovadas, diz Dino sobre emendas

Múcio ligou apavorado após dizer que licitação do Exército travou por questões ideológicas, diz Lula