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PF e Ibama prendem quadrilha que comercializava madeira

Dados do Ibama apontam que quase 500 mil metros cúbicos de madeira serrada entraram no Maranhão e no Pará, apenas em 2013, a partir de certidões “esquentadas”


	Troncos: Ibama bloqueou as atividades de mais de 200 empresas que seriam beneficiadas com este esquema e retirou os “créditos” de madeira das contas destas madeireiras
 (Stock.XCHNG)

Troncos: Ibama bloqueou as atividades de mais de 200 empresas que seriam beneficiadas com este esquema e retirou os “créditos” de madeira das contas destas madeireiras (Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h40.

Brasília – Dezenas de pessoas estão sendo presas desde o início da manhã de hoje (6) no estado do Maranhão pela Polícia Federal (PF).

Os agentes desvendaram um esquema montado por criminosos que invadiam o sistema de controle florestal mantido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conhecido como Sisdof, para obter documentos oficiais para créditos, e facilitar o comércio de madeira extraída ilegalmente de terras indígenas e unidades de conservação da região.

Dados levantados pelo Ibama apontam que quase 500 mil metros cúbicos de madeira serrada entraram no Maranhão e no Pará, apenas em 2013, a partir de certidões “esquentadas”. O volume representa carga suficiente para encher 14 mil caminhões de transporte deste tipo de material.

O diretor de Fiscalização do órgão ambiental, Luciano Evaristo explicou que as fraudes foram detectadas há um ano. “Monitorando as transações, a gente percebeu um tráfego de crédito no sentido contrário ao normal. Estava vindo crédito de fora do estado do Maranhão para o Maranhão e do cerrado do Maranhão para perto das áreas indígenas. E recebemos queixas de várias empresas que tinham tido suas senhas roubadas”, explicou.

Para conseguir o documento que funciona como uma espécie de licença, os criminosos entravam no sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de empresas que têm autorização do governo para comercializar madeira legal.

A partir destas operações, os fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de licença para uma empresa fantasma ou irregular que extraiam madeira da Reserva Biológica do Gurupi e de terras indígenas situadas entre os Estados do Maranhão e Pará, como Awá, Caru, Alto Turiaçu e Alto Rio Guamá.

Com os resultados das investigações da Operação Nuvem Negra foram emitidos 50 mandatos judiciais, sendo 21 de prisão preventiva de suspeitos. Evaristo disse que ainda não é possível apontar quantas pessoas estavam envolvidas no esquema.

As outras ordens judiciais autorizam agentes da PF a fazer buscas e apreensões de documentos, equipamentos e produtos madeireiros.

Os policiais também receberam autorização para realizar sete conduções coercitivas de algumas pessoas que serão levadas para prestar esclarecimentos á Justiça sobre o esquema. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e suspendeu atividades econômicas de vários suspeitos.

O Ibama bloqueou as atividades de mais de 200 empresas que seriam beneficiadas com este esquema e retirou os “créditos” de madeira das contas destas madeireiras.

Madeireiros da região de Centro do Guilherme, Governador Nunes Freire e Buriticupu, no Maranhão estão entre os suspeitos.

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