Brasão da Polícia Federal: segundo a PF, há "fortes indícios" de que vítimas eram obrigadas a manter relações sexuais sem preservativo com clientes selecionados (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 10h57.
Rio de Janeiro - A Polícia Federal (PF) desarticulou nesta quinta-feira uma organização criminosa que traficava mulheres brasileiras para Angola para como prostitutas para clientes da elite do país africano, informaram fontes oficiais.
As mulheres eram recrutadas em casas noturnas de São Paulo com ofertas para receber até US$ 10 mil para trabalhar como prostitutas por uma semana em Angola, segundo um comunicado da PF.
"Brasileiras do meio artístico receberam até U$ 100 mil para se relacionar sexualmente com um rico empresário e ex-parlamentar de Angola", acrescenta a nota.
Os responsáveis pela investigação calculam que o grupo mobilizou cerca de US$ 45 milhões com o tráfico internacional de mulheres nos últimos seis anos.
A quadrilha foi desarticulada nesta quinta-feira mediante uma operação da Polícia Federal que permitiu a detenção de 5 pessoas no Brasil e a apreensão de documentos e possíveis provas em residências e escritórios nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Cotia e Guarulhos.
Além das ordens de detenção no Brasil, o julgado federal de São Paulo responsável pelo caso pediu a detenção de dois estrangeiros que residem no exterior e cujos nomes foram incluídos na lista de pessoas procuradas no mundo todo pela Interpol.
Segundo a PF, há "fortes indícios" de que algumas das vítimas eram privadas temporariamente de sua liberdade em Angola e obrigadas a manter relações sexuais sem preservativo com clientes selecionados.
Os membros do grupo criminoso ofereciam às vítimas um falso coquetel de remédios que supostamente as protegeria da transmissão do vírus da aids.
A Polícia Federal informou que as pessoas detidas serão formalmente acusadas dos crimes de participação em organização criminosa, tráfico internacional de pessoas, favorecimento à prostituição, cafetinagem, estelionato, cárcere privado e perigo para a vida ou para saúde de outrem.
Caso sejam condenadas por todos os crimes, os acusados podem pegar penas de 31 anos de prisão, cada.