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PF desarticula grupo que fraudava seguro-desemprego e FGTS

A investigação apontou que, com as fraudes, houve um prejuízo efetivo na ordem de R$ 320 milhões

FGTS: ao todo, estão sendo cumpridos 136 mandados judiciais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

FGTS: ao todo, estão sendo cumpridos 136 mandados judiciais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de maio de 2017 às 11h28.

A Polícia Federal, em parceria com o Ministério do Trabalho, deflagrou na manhã de hoje (18) a Operação Stellio. O objetivo é desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra o Programa Seguro-Desemprego e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Participam da operação cerca de 250 policiais. Ao todo, estão sendo cumpridos 136 mandados judiciais, sendo 56 de busca e apreensão, dez de condução coercitiva, nove prisões preventivas e 61 prisões temporárias. Os mandados estão sendo cumpridos nos seguintes estados: Tocantins, Goiás, Pará, Maranhão, Roraima, Paraná e Santa Catarina.

De acordo com a corporação, requerimentos fraudulentos eram inseridos no sistema por agentes credenciados em escritórios montados pela organização mediante a utilização de senhas desses funcionários. A investigação apontou um prejuízo efetivo na ordem de R$ 320 milhões, conforme dados de requerimentos fraudados entre janeiro de 2014 e junho de 2015.

A Justiça Federal em Palmas determinou a prisão de 14 agentes e ex-agentes do Sistema Nacional de Emprego (Sine) dos estados do Tocantins, de Goiás e do Maranhão que atuaram na inserção de milhares de requerimentos fraudulentos no sistema do Ministério do Trabalho e Emprego.

Também foi determinada a prisão de três ex-funcionários da Caixa Econômica Federal que facilitavam os saques dos benefícios fraudulentos por outros integrantes da organização criminosa.

Além disso, a Justiça decretou a indisponibilidade financeira de 96 pessoas integrantes da organização criminosa visando ressarcir os cofres públicos pelos prejuízos, impedindo a dispersão patrimonial dos envolvidos após a deflagração da operação.

"Os fatos em apuração configuram, em tese, os crimes de estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, cujas penas somadas ultrapassam 50 anos", concluiu a Polícia Federal.

A operação faz referência ao nome em latim stellionatu, em português estelionato ou fraude, que veio de stellio, um tipo de camaleão que tem a pele com manchas que parecem estrelas. Stellio ganhou o sentido de trapaceiro pela capacidade do animal de mudar a cor da pele para se confundir com o ambiente.

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