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PF deflagra operação contra fraude na Caixa em Fortaleza

Avião de pequeno porte também está entre os bens dos acusados de integrarem uma quadrilha de estelionatários

Polícia Federal deflagra Operação Apollo que investiga fraudes no Enem e em universidades públicas (Arquivo/Agência Brasil)

Polícia Federal deflagra Operação Apollo que investiga fraudes no Enem e em universidades públicas (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 15h05.

Fortaleza - A Operação Fidúcia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira, 24, em Fortaleza, resultou em 12 pessoas presas e outras 14 detidas para depoimento, além de diversos carros de luxo apreendidos, entre os quais um Porshe, uma BMW, uma Mercedes e um Maserati avaliado em R$ 1 milhão.

Um avião de pequeno porte também está entre os bens dos acusados de integrarem uma quadrilha de estelionatários que, segundo a PF, fraudava contratos de financiamentos em agências bancárias da Caixa Econômica Federal.

De acordo com as investigações, os estelionatários agiam em conjunto com gerentes de quatro agências da Caixa em Fortaleza.

Os criminosos faziam financiamentos e empréstimos bancários com uso de documentos falsos e empresas de fachada, causando, à primeira vista, um prejuízo de aproximadamente R$ 20 milhões.

A PF acredita, no entanto, que o rombo pode chegar a R$ 100 milhões após o término da análise dos documentos apreendidos.

O nome da operação faz referência à modalidade de financiamento utilizado pela organização criminosa, uma vez que os bens dados em garantia aos empréstimos nem sequer existiam.

Segundo a PF, as investigações começaram após auditoria interna da Caixa.

"As investigações foram iniciadas há um ano e envolvem 31 pessoas até o presente momento. Lembro que esse número de pessoas envolvidas pode aumentar, já que as investigações continuam. Elas envolvem grandes empresários, 'laranjas' e funcionários da Caixa Econômica", afirmou o superintendente Renato Casarini Muzy, durante entrevista coletiva na Superintendência da PF, em Fortaleza.

Entre os presos, estão ex-gerentes da Caixa, empresários e comerciantes.

Coordenador da defesa de parte dos envolvidos, o advogado Leandro Vasques disse que pedirá a revogação das prisões. Segundo ele, a prisão é medida de "exceção" e foi aplicada de forma exagerada.

"Os investigados já estão prestando depoimento, então não há razão de permanecerem na custódia", alegou.

Cento e cinquenta policiais federais participam da operação no cumprimento de 56 mandados judiciais expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, sendo cinco mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, 14 mandados de condução coercitiva e 25 mandados de busca e apreensão em desfavor de empresários e servidores da Caixa.

As investigações apontaram que a organização criminosa agia, inicialmente, criando empresas de fachadas para serem beneficiárias de empréstimos bancários.

Na sequência, o grupo falsificava a documentação para viabilizar a concessão de financiamentos.

Os servidores aliciados manipulavam o processo de concessão de financiamentos e empréstimos, ignorando normas básicas de segurança, bem como deixando de verificar a documentação necessária para a concessão.

Segundo a PF, as medidas judiciais objetivam colher mais indícios sobre a participação de cada um dos membros da organização criminosa, bem como rastrear e recuperar o grandioso dano causado ao erário.

Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, por associação criminosa, uso de documento falso, corrupção ativa e passiva, estelionato e evasão de divisa.

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