PF: investigação partiu da análise das contas das empresas envolvidas na compra da aeronave (José Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 09h21.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 13h59.
São Paulo - A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou na manhã desta terça-feira, 31, por volta das 6h, a Operação Vórtex, um desmembramento da Operação Turbulência, para investigar mais uma empresa envolvida na polêmica compra do avião Cessna Citation que caiu com o então candidato a presidência em 2014 Eduardo Campos (PSB), morto no acidente aéreo.
Nesta etapa são investigados os crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro.
Ao todo, 30 policiais federais cumprem dez ordens judiciais em Pernambuco, sendo seis mandados de busca e apreensão (quatro no bairro de Boa Viagem, um no Pina e um em Jaboatão dos Guararapes) e quatro mandados de condução coercitiva (todos no bairro de Boa Viagem).
A investigação partiu da análise das contas das empresas envolvidas na compra da aeronave e identificou que uma das companhias investigadas na Operação Turbulência teria sido utilizada apenas como conta de passagem, pois recebeu valores de outra empresa dois dias antes de realizar a compra do avião. Esta outra empresa, que repassou os valores, ainda não havia sido investigada.
"Ao investigar mais a fundo a empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos milionários com o governo do Estado e que suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, notadamente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do Estado, Eduardo Campos", diz a nota divulgada pela PF.
O nome da operação é uma referência ao jargão aeronáutico, vórtex (ou vórtice), que é o nome dado ao movimento de massas de ar em formato de redemoinho ou ciclone que geralmente precede a turbulência.