Polícia Federal: órgão investiga desvio de recursos por meio de convênios com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). (Fernando Moraes/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 23h42.
Brasília - A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira 62 mandados de busca e apreensão em três Estados e no Distrito Federal, para desarticular, com a Operação Cactus, uma organização criminosa acusada de desviar cerca de R$ 48 milhões em recursos da União repassados a municípios nordestinos, por meio de convênios com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Um dos alvos da operação foi o ex-diretor-geral da estatal, Elias Fernandes Neto, afilhado político do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A investigação segue sob segredo de Justiça.
A operação foi desencadeada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), que detectou os desvios em inspeções realizadas desde janeiro de 2012, quando Neto foi afastado do cargo, acusado de favorecer seu Estado, o Rio Grande do Norte, na celebração de convênios e liberação de recursos. As investigações revelaram que as irregularidades eram generalizadas e envolviam também empresários beneficiados com licitações viciadas. Só no Ceará, sede da operação, houve buscas e apreensões em vinte municípios.
Em entrevista, a delegada Cláudia Braga Leitão, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF no Ceará, informou que cerca de 50 pessoas estão envolvidas no esquema, mas a Justiça não concedeu a prisão preventiva de nenhuma delas. Na residência do ex-diretor do DNOCS e em demais alvos foram recolhidos computadores, mídias e grande quantidade de documentos para serem submetidos a análise pericial. Em breve comunicado à imprensa, em Natal, Neto disse que está tranquilo em relação às investigações e disponível para prestar toda colaboração.