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Obra do Itaquerão teve propina da Odebrecht, diz Lava Jato

A 26ª fase da Lava Jato revela que a construção da Arena Corinthians, que sediou a abertura da Copa do Mundo de 2014, recebeu repasses ilícitos da Odebrecht.

Visão geral da Arena Corinthians, o Itaquerão (Friedemann Vogel/Getty Images)

Visão geral da Arena Corinthians, o Itaquerão (Friedemann Vogel/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 13h27.

São Paulo – A 26ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (22), revela que a construção da Arena Corinthians, que sediou a abertura da Copa do Mundo de 2014, recebeu repasses ilícitos da Odebrecht. 

Segundo a Polícia Federal (PF), a diretoria responsável pelo contrato das obras do Itaquerão está entre os 30 recebedores de propina identificados nas planilhas apreendidas pelos agentes federais.

Os investigadores da Lava Jato apuram o pagamento de 500 mil reais em propina relacionado com a construção da Arena Corinthians. André Luiz de Oliveira, vice-presidente do clube, foi alvo de condução coercitiva na operação de hoje. 

Uma planilha apreendida com Maria Lúcia Guimarães Tavares, secretária da empresa, revela a destinação de meio milhão de reais para alguém com o condinome Timão. A PF acredita que esse era o apelido de Olivera no esquema de desvios de recursos. Segundo a PF, Antônio Roberto Gavioli, diretor da Odebrecht Infraestrutura e vinculado com o contrato da Arena Corinthians, era o contato para o pagamento. 

Propina profissional

O alvo da operação de hoje é, mais uma vez, a empreiteira Odebrecht. A suspeita é de que o esquema de pagamento de propinas persistiu na empreiteira mesmo após a prisão de Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente. 

De acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a empreiteira possui um setor próprio focado no pagamento de propinas. Segundo ele, os desvios de recursos vão além de obras vinculadas à Petrobras.

Existia uma estrutura profissional de pagamento de propinas dentro da Odebrecht. Não era algo esporádico e sim sistemático, afirma Laura Tessler, procuradora da força-tarefa da Lava Jato. Segundo ela, em apenas uma planilha, os pagamentos ilícitos ultrapassam 69 milhões de reais.

Segundo a PF, há referências das iniciais de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, em planilhas, o que deixa claro que ele não só tinha conhecimento do esquema, como comandava a sistemática do pagamento de propina.

Batizada de Xepa, a nova etapa é um desdobramento da 23ª fase – operação Acarajé - que prendeu João Santana, marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT), por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior. 

Cerca de 380 agentes federais cumpriram 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

Veja os detalhes na coletiva de imprensa da 26º fase da operação.

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