Aécio Neves: A irmã do senador, Andrea Neves, também é alvo da operação (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 12 de dezembro de 2018 às 05h55.
A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta terça-feira, 11, mandado de busca e apreensão em imóveis do senador Aécio Neves (PSDB-MG), eleito deputado federal neste ano. A operação investiga o recebimento de vantagens indevidas entre 2014 e 2017. As medidas foram autorizadas pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal.
A irmã do senador, Andrea Neves, que chegou a ser presa em 2017, também é alvo da operação. Entre os endereços ligados ao senador e sua irmã, os agentes da PF compareceram a um apartamento da família em Ipanema, Zona Sul do Rio. Outros investigados são os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) e os deputados federais Cristiane Brasil (PTB-RJ), Benito Gama (PTB-BA) e Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade.
A busca por documentos em imóvel de Aécio Neves no Rio de Janeiro é baseada em delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos do grupo J&F, que relataram repasse de propina de quase 110 milhões de reais ao tucano — inclusive na campanha presidencial de 2014, quando o hoje senador mineiro foi candidato pelo PSDB.
“A ação de hoje é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os 100 milhões de reais. Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias”, diz a PF em nota. Segundo a corporação, são investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron declarou que “o senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos”.
“É preciso que se esclareça que os recursos referidos pelos delatores da JBS agora como propina são as contribuições eleitorais feitas à campanha do PSDB em 2014 e devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Somam-se a esses valores contribuições legais feitas a outros partidos políticos. A medida é, portanto, desnecessária já que o Senador é o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos”, conclui o posicionamento do advogado.