PF cumpre na manhã desta quarta-feira mandados de busca e apreensão na Câmara dos Deputados (Vagner Rosário/VEJA)
Reuters
Publicado em 30 de maio de 2018 às 08h30.
Última atualização em 30 de maio de 2018 às 10h08.
Rio - A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira mandados de busca e apreensão na Câmara dos Deputados e nas sedes de partidos políticos e de centrais sindicais em operação para desarticular organização suspeita de atuar na concessão irregular de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho, informaram a PF e o Ministério Público Federal.
Dois parlamentares, que não tiveram os nomes divulgados por determinação do Supremo Tribunal Federal, que expediu os mandados, também são alvos de medidas cautelares diversas à prisão, que restringem direitos mas não impedem a liberdade do investigado, de acordo com as autoridades.
Também são alvos de busca e apreensão as sedes nacionais de dois partidos políticos e de centrais sindicais, acrescentaram.
Os deputados investigados cujos gabinetes são alvos de buscas por agentes da PF seriam Paulinho da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), de acordo com informações da TV Globo.
Segundo as investigações, apenas pela liberação irregular de um único registro sindical houve pagamentos que envolviam valores que chegaram a 4 milhões de reais.
Além das ordens de busca e apreensão, fora expedidos 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares, como parte da chamada Operação Registro Espúrio.
Os mandados expedidos pelo Supremo estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, de acordo com a PF.
"Após cerca de um ano, as investigações revelaram um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares", afirmou a Polícia Federal em comunicado.
Segundo o Ministério Público Federal, o núcleo político do esquema era formado por parlamentares e ex-parlamentares que atuavam indicando e mantendo servidores que faziam parte da organização em cargos estratégicos do Ministério do Trabalho.
Não foi possível fazer contato de imediato com representantes dos deputados citados pela TV Globo. O Ministério do Trabalho não respondeu de imediato a um pedido de comentário.