Alexandre de Moraes: ministro do Supremo Tribunal Federal (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 18h46.
A Polícia Federal concluiu a investigação sobre o episódio da confusão envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no aeroporto de Roma, na Itália, em julho de 2023, e apontou que o filho do magistrado, Alexandre Barci de Moraes, foi alvo de agressão. O relatório da PF foi encaminhado à Corte no último dia 9.
Segundo a PF, os "elementos informativos obtidos atestam, de modo suficiente", que Alexandre Barci de Moraes foi alvo do crime de "injúria real" cometido pelo empresário Roberto Mantovani Filho.
De acordo com o delegado Hiroshi Sakaki, que conduziu o caso, não seria o caso de indiciamento do empresário pelo fato de se tratar de um crime de menor potencial ofensivo. O caso tramita no próprio Supremo, sob a relatoria do ministro Dias Toffoli, a quem caberá analisar as conclusões policiais.
No relatório entregue ao Supremo, a PF afirma que "embora as filmagens do Aeroporto Internacional de Roma mostrem que houve uma discussão entre os envolvidos" e que a "interação teve inicio a partir da manifestação de Andreia Munarão", esses elementos, "diante da falta de registros sonoros, e da impossibilidade de realizar leitura labial, são insuficientes para atestar a materialidade do crime" por parte dela e de Alex Zanatta Bignotto.
A investigação trata do episódio em que uma família paulista brigou com o ministro na porta de uma sala VIP do aeroporto de Roma e apura os crimes de lesão corporal, injúria e abolição violenta do Estado democrático de direito.
Os brasileiros identificados pela PF são: o casal Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão; o genro deles, Alex Zanatta Bignotto; e o filho, Giovanni Mantovani.
Segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, as imagens do aeroporto de Roma mostram que o empresário Roberto Mantovani Filho deu um tapa em Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro. Além dele, são suspeitos de calúnia, injúria, desacato e perseguição ainda sua mulher, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta. Todos negam os crimes.
Em depoimento prestado à PF, Moraes diz ter sido xingado de “bandido, comunista e comprado” por uma mulher identificada como Andreia Munarão. Depois, o empresário Roberto Mantovani Filho, marido de Andreia, teria agredido fisicamente o filho do magistrado com um tapa. A família Mantovani nega as acusações.
Em decisão tomada em outubro de 2023, Toffoli autorizou que peritos dos envolvidos na confusão tivessem acesso à íntegra das imagens do aeroporto da capital italiana. Toffoli também concedeu a Moraes e a seus filhos e esposa o direito de atuarem como assistentes de acusação.