Repórter
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 08h34.
A Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) e o Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) deflagraram nesta terça-feira, 25, a Operação Paralelo Cinco com o bloqueio de até R$ 22,5 milhões em contas bancárias de investigados.
A ação integra as medidas de combate ao desvio de verbas destinadas à gestão dos hospitais municipais de Jaguari (RS) e Embu das Artes (SP), administrados por uma Organização Social (OS).
Além do bloqueio, foram autorizados o sequestro de 14 imóveis, a apreensão de 53 veículos e de uma embarcação, além de 24 mandados de busca e dois de prisão preventiva nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Vinte investigados receberam medidas cautelares, como afastamento de funções, suspensão de atividades e restrição de acesso a órgãos públicos.
Segundo a CGU e a PF, a OS investigada teria montado um esquema para desviar recursos públicos destinados ao custeio dos hospitais. Entre 2022 e agosto de 2025, as unidades receberam mais de R$ 340 milhões em repasses municipais, estaduais e federais.
As suspeitas envolvem falhas intencionais na execução contratual, uso indevido de recursos e ausência de compensação de valores provenientes de emendas parlamentares.
Foram identificadas empresas de fachada e emissão de notas fiscais sem comprovação de serviço, usadas para dispersar valores em contas de pessoas físicas e jurídicas sem vínculo com as unidades de saúde.
A PF identificou ainda desvio direto das contas-convênios para despesas pessoais, como salários elevados, contratos fictícios, aluguéis de imóveis de alto padrão, viagens e aquisição de bens particulares — todos financiados com verbas originalmente destinadas aos hospitais de Jaguari e Embu das Artes.
A CGU destacou que desvios no Sistema Único de Saúde (SUS) comprometem o abastecimento, a continuidade dos atendimentos e a capacidade operacional das unidades, afetando diretamente a população. A operação busca ampliar o rastreamento de ativos e reforçar o conjunto probatório já produzido desde 2024.
A Justiça Federal determinou a intervenção nos dois hospitais investigados, afastando a OS da administração das unidades.
As ações da PF foram distribuídas em 11 cidades:
A CGU informou que denúncias podem ser registradas anonimamente pela plataforma Fala.BR, na categoria “Operações CGU”, com indicação do nome da operação e do estado da ação.