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Petrópolis decreta situação de emergência; trecho da Rio-Teresópolis segue fechado

Município registrou mais de 300mm de chuva ao longo do sábado

Petrópolis (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Agência o Globo
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Publicado em 6 de abril de 2025 às 09h56.

Última atualização em 6 de abril de 2025 às 15h20.

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A Prefeitura de Petrópolis decretou, na noite de sábado, situação de emergência devido às fortes chuvas que atingem a cidade desde a última sexta-feira. Em 24 horas, a cidade registrou mais de 300 mm de chuva na região do São Sebastião, além de 296,81 mm no Independência, 295,81 mm no Alto da Serra e 248,2 mm no Chácara da Flora, segundo os pluviômetros do Cemaden Nacional.

Foram mais de 90 chamados relacionados a deslizamentos, quedas de árvores, rolamento de blocos, problemas em vias, queda de postes, alagamentos, entre outros incidentes.

"O principal motivo é conseguir recursos, principalmente do Governo Federal, para restabelecimento da cidade, que fui muito afetada, em especial nas regiões do Alto da Serra e Independência, mais afetadas pelas chuvas que excede a capacidade de resposta do município, comprometendo sua infraestrutura de atendimento à emergência e de recuperação", ressaltou o prefeito da cidade imperial Hingo Hammes.

O decreto estabelece a requisição de veículos, máquinas e equipamentos de empresas, entidades privadas e órgãos da Administração Pública, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Também autoriza a contratação de pessoal, tanto voluntário quanto remunerado, conforme a necessidade emergencial para a prestação dos serviços necessários. Além disso, prevê a compra de gêneros alimentícios e insumos para atender às necessidades imediatas das pessoas e famílias afetadas pelas chuvas.

Ainda na tarde do sábado, o governador do Rio, Cláudio Castro afirmou, durante uma entrevista coletiva, que o estado está em "estágio de atenção total" após as chuvas intensas que causaram estragos em diversas regiões.

A chuva excepcional, prevista até domingo e provocada por uma frente fria, já causou alagamentos e transtornos em várias áreas do estado. No sábado, os danos se espalharam pela capital, pela região metropolitana, pela Região Serrana e também pela Costa Verde, afetando severamente essas localidades.

Juntamente com o prefeito de Petrópolis, Hingo Hammes, no Quartel Central do Corpo de Bombeiros de Petrópolis, Castro fez atualizações sobre as ações do governo para prevenir e mitigar possíveis emergências causadas pelas chuvas. O governador está na cidade imperial desde a noite da sexta-feira.

"Dos 470 pontos de monitoramento, não chove em apenas 100. Podemos dizer que está chovendo no estado inteiro. Estamos com o estado em atenção total. O solo está muito encharcado, ainda que a chuva passe, já não precisa mais de um volume grande de chuva para qualquer deslizamento", disse o governador, durante a coletiva.

A Serra da Rio-Teresópolis (BR-116/RJ) permanece interditada nos dois sentidos entre os km 93 e 108, após o temporal de sábado. O risco de novos deslizamentos mantém o bloqueio, enquanto a chuva moderada na Baixada Fluminense e a visibilidade reduzida na serra aumentam a preocupação nas estradas.

Outras rodovias da região operam com fluxo normal, como a Dutra, Arco Metropolitano, BR-465 (Seropédica) e BR-116 entre Governador Valadares e Além Paraíba. Na Magé/Manilha (BR-493), há um desvio no km 6, sentido Norte, por conta de obras.

Na BR-040, que liga o Rio à Região Serrana, o trânsito também exige atenção: um deslizamento de pedras na descida da serra de Petrópolis deixou apenas meia pista liberada no km 87, com pistas molhadas e escorregadias. Segundo a concessionária que administra a via, o local passará por vistoria geotécnica nas próximas horas.

Já na Rio-Santos (BR-101), o tráfego foi totalmente liberado. A CCR RioSP concluiu a inspeção no trecho entre os km 473 e 455, que era o único ainda interditado. A concessionária pede que motoristas respeitem a sinalização em pontos ainda sensíveis após as fortes chuvas acumuladas nas últimas 48 horas.

Tempo instável persiste na capital fluminense

Na cidade do Rio, o domingo será de céu nublado e possibilidade de chuva fraca a moderada, isolada, a qualquer momento do dia, conforme o Alerta Rio. O transporte de umidade do oceano em direção ao continente continua influenciando o tempo e mantendo as nuvens carregadas sobre a capital.

Segundo o Alerta Rio, núcleos de chuva que atuam no oceano se deslocam em direção ao Maciço da Tijuca, o que pode provocar chuva fraca a moderada isolada na próxima hora nas regiões da Zona Sul, Centro e Tijuca. As temperaturas permanecem estáveis, com mínima de 18°C e máxima de 27°C. Ventos variam entre fracos e moderados.

O município segue em Estágio 2 desde a manhã da última sexta-feira (4), o que indica risco de novos impactos devido às condições meteorológicas. Esse é o segundo nível em uma escala de cinco e requer atenção redobrada da população.

Ressaca na orla até segunda-feira

A Marinha do Brasil prorrogou até as 9h da manhã de segunda-feira (7) o aviso de ressaca para o litoral carioca. As ondas podem chegar a até 3 metros de altura. A orientação é que banhistas, pescadores e praticantes de esportes náuticos evitem o mar durante o período do alerta.

Semana começa com tempo instável

Na segunda-feira (7), os ventos úmidos continuam influenciando o tempo, com céu nublado a parcialmente nublado e previsão de chuva fraca e isolada na madrugada e pela manhã.

A terça-feira (8) deve ter uma trégua na instabilidade: apesar da variação de nuvens, não há previsão de chuva, e os ventos seguem fracos a moderados.

Na quarta-feira (9), a formação de um sistema de baixa pressão na costa da Região Sudeste, aliada ao calor, pode provocar pancadas isoladas de chuva nos períodos da tarde e da noite. Os ventos devem variar de moderados a fortes.

A quinta-feira (10) seguirá com nebulosidade variável e previsão de pancadas isoladas de chuva à tarde e à noite, ainda sob a influência do sistema de baixa pressão. Os ventos serão fracos a moderados.

A recomendação das autoridades é que a população fique atenta aos avisos oficiais e evite áreas de risco em caso de nova ocorrência de chuva forte.

Nota do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional

"A Defesa Civil Nacional informa que atua de forma coordenada com a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro desde o início da previsão de chuvas intensas que atingem o estado.

Já na segunda-feira (1º), os órgãos de meteorologia alertaram para o risco de chuvas extremas. O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), elevou o nível de atenção e realizou, na quarta-feira (03), uma reunião de preparação com mais de 250 representantes de órgãos municipais, estaduais e federais. A ação teve como objetivo antecipar o planejamento da resposta ao evento climático que se aproximava.

Desde o início das ocorrências no município de Angra dos Reis, o Cenad passou a acompanhar em tempo real a situação local, oferecendo todo o suporte técnico e operacional necessário à Defesa Civil do município. No domingo (06), o Governo Federal reconheceu em caráter sumário a Situação de Emergência decretada na véspera, medida que permite acelerar o repasse de recursos para ações de socorro e assistência humanitária.

A ferramenta Defesa Civil Alerta, desenvolvida e implantada pelo Governo Federal em 2023, também foi fundamental para salvar vidas. O sistema enviou alertas antecipados a cidades como Angra dos Reis e Petrópolis, ajudando a população a se preparar e a se proteger.

É importante destacar que, apesar dos desafios herdados — como o orçamento de apenas R$ 25 mil deixados pela gestão anterior para ações de Defesa Civil em 2023 —, o Governo Federal, por meio da recomposição orçamentária garantida pela PEC da Transição, assegurou os recursos necessários para atender prontamente a população afetada.

Além disso, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) destinou aproximadamente R$ 14,6 milhões em transferências de recursos para ações de socorro e assistência, entre 2023 e 2024, atendendo 12 municípios fluminenses. Os valores foram utilizados para custear alimentação, abrigamento, aluguel de veículos, kits de limpeza e de higiene pessoal, além de água mineral para as vítimas dos desastres.

Portanto, não procede a alegação de ausência de apoio federal. O Governo Federal segue mobilizado para proteger a população fluminense, atuando de forma integrada com estados e municípios para garantir resposta rápida, eficaz e solidária diante das emergências."

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