Brasil

Petrobras nega criação de empresas na construção de gasoduto

Segundo auditoria do TCU, escritório de contabilidade teria características de empresa de fachada


	Petrobras: segundo auditoria do TCU, escritório de contabilidade teria características de empresa de fachada
 (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: segundo auditoria do TCU, escritório de contabilidade teria características de empresa de fachada (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 07h29.

Brasília - Por meio de nota divulgada hoje (4), a Petrobras rebateu denúncia publicada neste domingo pelo jornal O Globo de que a petroleira criou empresas de papel para construir uma rede de gasodutos no Nordeste.

Na reportagem, o jornal diz que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o contrato assinado em maio de 2005 entre a Transportadora Gasene, constituída pela Petrobras para tocar as obras, e a Domínio Assessores mostra que esse escritório de contabilidade teria características de empresas de fachada.

As duas empresas aparecem no contrato com o mesmo endereço: Rua São Bento, no quinto andar de um prédio no centro do Rio. O próprio contrato menciona que o escritório de contabilidade "concordou em fornecer à contratante um endereço para abrigar sua sede".

Segundo a nota, a parceria para a construção do Projeto Gasoduto do Nordeste - Gasene foi constituída por meio de um project finance (projeto estruturado), elaborado pela área financeira da Petrobras, entre 2004 e 2005, com objetivo de captar recursos para a construção do gasoduto. A empresa disse que foi criada uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE), a Transportadora Gasene, de caráter privado, com objetivo de contratar os financiamentos, construir e operar o Gasene.

“A Transportadora Gasene, constituída pelo Santander, banco estruturador do project finance, tinha como acionistas a Gasene Participações, com 99,99%, e 0,01%, o senhor Antonio Carlos Pinto de Azeredo. Por sua vez, a Gasene Participações tinha como acionista um trustee (PB Bridge Trust 2005) e 0,01% o senhor Antonio Carlos Pinto de Azeredo, administrador da empresa Domínio, que prestou serviços de contabilidade e administração tributária para SPE [Transportadora Gasene] e que também foi contratado pela Transportadora Gasene para ser o presidente da Empresa”, diz trecho da nota divulgada à imprensa.

A Petrobras disse que “conforme acontece nas estruturas financeiras do gênero, a SPE (Transportadora Gasene) não tem qualquer ligação societária com a Petrobras”.

Segundo a reportagem, a auditoria do TCU afirma que a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP) autorizou a construção e a operação do gasoduto sem analisar os documentos das empresas e sem avaliar se o projeto era adequado. Ainda segundo a reportagem, o empreendimento na Bahia teve os custos superfaturados em mais de 1.800%.

Na nota, a Petrobras diz que a sua ligação com a SPE se dava por meio de contrato "em que era estabelecido que a Transportadora Gasene S/A somente realizaria determinadas atividades mediante autorização da Petrobras". Segundo a estatal, as atividades eram formalizadas por meio das chamadas cartas de atividades permitidas, "conceito aprovado por todos os financiadores do projeto”.

Em janeiro de 2012, o Gasene foi incorporado pela Transportadora Associada de Gás, subsidiária da Petrobras, com ativos de R$ 6,3 bilhões. Os três trechos foram concluídos: são 130 quilômetros entre Cacimbas e Vitória (ES); 303 quilômetros entre Cabiúnas (RJ) e Vitória e 954 quilômetros entre Cacimbas e Catu (BA).

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoTCU

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU