Brasil

Petrobras mantém preços do diesel e da gasolina nas refinarias nesta terça

Em encontro com ministros, presidente da Petrobras disse que governo não interfere na companhia e que política de preços ainda não foi definida

Diesel da Petrobras não é reajustado desde 22 de março; na última sexta, presidente Bolsonaro pediu que a empresa evitasse aumento (Victor Moriyama/Bloomberg/Bloomberg)

Diesel da Petrobras não é reajustado desde 22 de março; na última sexta, presidente Bolsonaro pediu que a empresa evitasse aumento (Victor Moriyama/Bloomberg/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 15 de abril de 2019 às 20h50.

São Paulo — A Petrobras não reajustará as cotações do diesel e da gasolina em suas refinarias na terça-feira, de acordo com informações da estatal no início da noite desta segunda-feira. Na sexta-feira, 12, a Petrobras já havia mantido os preços dos combustíveis para sábado, após um pedido do presidente Jair Bolsonaro.

A estabilidade dos preços vem após a estatal voltar atrás em uma elevação de 5,7% no diesel anunciada na manhã de quinta-feira passada, que entraria em vigor na sexta-feira. Bolsonaro pediu à companhia uma explicação sobre os motivos da elevação de preços, agendando uma reunião com a cúpula da companhia na terça-feira.

Nesta segunda-feira, após reunião em Brasília, o presidente-executivo da estatal, Roberto Castello Branco, negou que tenha havido intervencionismo de Bolsonaro na decisão que cancelou o reajuste do diesel. Castello Branco também afirmou que ainda não foi decidida qual será a política de preços.

Castello Branco disse que o presidente — que telefonou para ele diretamente — alertou dos riscos da eventual entrada em vigor do aumento do combustível, em meio à pressão de caminhoneiros sobre uma possível nova paralisação.

O diesel da Petrobras não é reajustado desde 22 de março. Já a gasolina teve reajuste pela última vez em 5 de abril, quando a cotação subiu 5,6 por cento.

Ainda na noite da última quinta-feira, após cancelar a alta no combustível, a Petrobras afirmou apenas que revisitou sua posição de hedge e avaliou, com o fechamento do mercado, que haveria margem para espaçar em mais alguns dias o reajuste no diesel.

A empresa ainda reafirmou a manutenção do alinhamento com o Preço Paridade Internacional (PPI), da sua política de combustíveis.

A desistência da Petrobras em elevar o preço do diesel gerou desconfiança entre os investidores sobre a autonomia das empresas estatais do país e se o perfil do governo de Bolsonaro é de fato liberal.

Nesta segunda-feira, as ações da Petrobras não recuperam o tombo do pregão de sexta-feira, quando a empresa perdeu 32 bilhões de reais em valor de mercado. Na sexta-feira, uma fonte palaciana afirmou que o governo minimizou a queda no valor da Petrobras sob a avaliação de "segunda-feira tudo se recupera".

As ações da Petrobras fecharam nesta segunda-feira em alta de 0,4%, a R$ 25,9, enquanto os papéis ordinários tiveram oscilação negativa de 0,07 por cento, a 29,11 reais. O Ibovespa teve ganho de 0,2%.

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasCombustíveisÓleo dieselGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

'Florianópolis é um orgulho para o Brasil e para a América', diz ministro do Turismo argentino em SC

Lula diz que Brasil vive 'uma turbulência desnecessária' causada por Trump

Em meio ao tarifaço, Eduardo Bolsonaro publica foto com secretário do Tesouro dos EUA

Governo dos EUA cancela vistos de esposa e filha de ministro Alexandre Padilha