Brasil

Petrobras é investigada nos Estados Unidos

SEC e o Departamento de Justiça começaram a investigar as denúncias de corrupção na estatal brasileira


	Petrobras: investigações apontam que a empresa "operou de forma desgovernada e submetida a interesses corrupto"
 (Pedro Lobo/Bloomberg News)

Petrobras: investigações apontam que a empresa "operou de forma desgovernada e submetida a interesses corrupto" (Pedro Lobo/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 21h37.

Rio - Um relatório divulgado nesta semana pela consultoria Arko Advice informa que o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC (Security Exchange Commission), e o Departamento de Justiça americano começaram a investigar as denúncias de corrupção na Petrobras.

Um time de 28 advogados e analistas dos órgãos americanos estariam trabalhando no caso, que pode se estender às empresas fornecedoras de serviços da estatal.

A companhia, que tem ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Valores de Nova York), deve seguir regras de governança estabelecidas pela SEC, que corresponde nos EUA à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Os controles se referem não somente às auditorias variadas, mas à obrigação de cumprir as normas antifraudes SOX (Lei Sarbanes-Oxley)", diz o relatório enviado para clientes, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

A Arko diz que as investigações apontam que a Petrobras "operou de forma desgovernada e submetida a interesses corruptos, conforme as delações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, e do doleiro Alberto Youssef".

Procurada, a SEC se recusou a comentar o caso. As investigações costumam ser conduzidas em sigilo pelo órgão americano. A Petrobras não se posicionou até a noite desta quinta-feira, 16.

Pelas conclusões preliminares da SEC, o caso poderia se relacionar não apenas ao mercado acionário, mas se transformar em questão criminal. As prestadoras de serviços da Petrobras podem ser convocadas para prestar esclarecimentos.

Também podem ser chamados para depor os envolvidos nas denúncias. Há ainda a possibilidade de serem aplicadas multas.

De acordo com a consultoria, os órgãos americanos estão preocupados em não vazar as conclusões preliminares em ambiente eleitoral, "devido a seu potencial desestabilizador".

A reportagem tentou contato, mas não obteve retorno dos responsáveis pelo relatório, entre eles, o fundador da Arko, Murillo de Aragão. O informe da consultoria, que possui sede em Brasília, tem sete páginas e traz outras informações, como a agenda política da semana.

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