A decisão da Petrobras de investigar alegações de propinas pagas a empreiteiras só foi tomada após um ultimato da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers, segundo duas pessoas com conhecimento sobre o assunto.
A PwC disse à estatal que não assinaria os resultados trimestrais e teria que alertar as autoridades americanas caso não fossem tomadas as ações apropriadas, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque o assunto é sigiloso.
As pessoas não informaram quando o pedido foi encaminhado à estatal.
A Petrobras não respondeu a pedido de comentário enviado por e-mail. A PwC disse em resposta por e-mail que não pode comentar sobre clientes. O contrato de 3 anos com a Petrobras se encerra em 31 de dezembro.
A Petrobras disse em 27 de outubro que contratou duas empresas independentes de investigação para apurar a natureza, extensão e impacto das ações que possam ter sido cometidas no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa.
Hoje, a Petrobras informou que as empresas contratadas foram Trench, Rossi Watanabe Advogados e Gibson, Dunn Crutcher.
Costa, que deixou a companhia em 2012 e em abril foi acusado de lavagem de dinheiro, disse ter recebido propina de empreiteiras que foram contratadas pela estatal por contratos superfaturados.
A Petrobras disse em 17 de outubro que criou comissões para apurar denúncias da operação Lava Jato para averiguar indícios ou fatos contra a empresa e subsidiar medidas administrativas e procedimentos decorrentes.
A Petrobras disse naquela ocasião estar estudando medidas jurídicas adequadas para ressarcimento dos danos sofridos.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)