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Petistas falam em "rebelião" para garantir candidatura de Lula

No encontro aberto da Executiva Nacional petista na sede da CUT, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), anunciou a pré-candidatura de Lula

Movimento pró-Lula: políticos defendem uma "desobediência civil" para garantir a candidatura de Lula (MST Oficial/Reprodução)

Movimento pró-Lula: políticos defendem uma "desobediência civil" para garantir a candidatura de Lula (MST Oficial/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 15h10.

Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às 15h15.

São Paulo - Um dia depois de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manter a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex no Guarujá, petistas aproveitaram uma reunião partidária para defender, nesta quinta-feira, "rebelião" e "desobediência civil" para garantir a candidatura de Lula à Presidência na eleição deste ano.

No encontro aberto da Executiva Nacional petista na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, com a presença de Lula, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), anunciou o lançamento da pré-candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto, apesar de a confirmação da condenação poder torná-lo inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

Embora Lula e seus advogados tenham à disposição recursos judiciais que podem lhe permitir ser candidato, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), afirmou em discurso no encontro que não será com liminares que se garantirá a candidatura de Lula, mas sim com manifestações de rua.

"Em um momento desse, para enfrentar o golpe tem que ter enfrentamento social, tem que ter rebelião cidadã", disse Lindbergh. "Pra prender o Lula, vocês vão ter que prender milhões de brasileiros", acrescentou.

Outros petistas subiram o tom. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) acusou o Judiciário, a imprensa e opositores de Lula de "colocarem fogo" no país. "Não cabe a nós o papel de bombeiros", alertou.

Figuras proeminentes do PT, como o líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), o líder da minoria no Senado, Humberto Costa (PT), e o governador do Acre, Tião Viana, compararam a situação de Lula a de outros ex-presidentes como João Goulart, deposto em 1964 no episódio que deu origem ao regime militar, Juscelino Kubtschek, que teve sua posse na Presidência ameaçada, e Getúlio Vargas, que suicidou-se em meio a uma crise política durante seu mandato presidencial.

Viana e Costa defenderam ainda uma "desobediência civil" para garantir a candidatura de Lula e uma intensa mobilização de apoiadores do ex-presidente nas ruas.

O evento do PT contou com a presença de integrantes de movimentos sociais. Integrante da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim defendeu em seu discurso que "não resta outro caminho a não ser a rebelião e a desobediência civil".

João Pedro Stédile, líder do MST, disse que os movimentos sociais vão impedir a prisão de Lula. "Aqui vai um recado ao seu Poder Judiciário e à dona Polícia Federal: nós dos movimentos sociais não vamos aceitar e vamos impedir de toda a forma a prisão de Lula".

Em decisão unânime, os desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 mantiveram a condenação de Lula e ainda aumentaram a pena anteriormente fixada pela primeira instância de 9 anos e 6 meses de prisão para 12 anos e 1 mês em regime fechado, reduzindo o leque de opções de recursos do ex-presidente, líder nas pesquisas eleitorais.

Lula foi condenado com base na denúncia do Ministério Público Federal de que recebeu um apartamento tríplex no Guarujá (SP) como propina da empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras, como parte do esquema de corrupção descoberto pela investigação Lava Jato.

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