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Pesquisas mostram tendência de pouca renovação nos estados

Pouco deve mudar no balanço de forças estaduais com as eleições: coligações enormes ainda impulsionam vitórias e siglas no poder devem se manter

Camil (Facebook/Divulgação)

Camil (Facebook/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 15h05.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 16h22.

Enquanto na disputa pelo Executivo nacional fatores tradicionais, como o tamanho da coligação partidária, o tempo de propaganda na televisão e a força de uma eventual base no Congresso, parecem ter perdido importância na definição do pleito, na corrida pelos Executivos estaduais a história é mais parecida com a que estamos acostumados.

Se todos os atuais favoritos nos levantamentos estaduais mais recentes do Ibope forem de fato eleitos, pouca coisa deve mudar na divisão do bolo dos 27 estados entre os partidos. Além disso, a maioria dos governadores terá sido eleita apoiada por coligações robustas —ainda mais nos casos de definição já em primeiro turno.

Atualmente, nove partidos possuem governadores eleitos. PT, PSB e MDB são os que contam com mais palácios estaduais: cinco cada um. O PSDB hoje tem quatro, mas antes da saída do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para disputar a Presidência da República, também tinha cinco.

Caso os atuais favoritos vençam, serão 11 os partidos com representação nos Executivos estaduais, e as grandes legendas continuarão dominando as praças. PSDB, MDB e PSB devem perder a maioria dos estados que têm hoje, mas ganhar outros, mantendo os números totais praticamente inalterados. O PT deve conseguir reeleger seus nomes em três estados.

Vencendo em Rondônia, Roraima e Minas Gerais, onde seus candidatos lideram, e ainda no Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul, estados em que os tucanos têm grandes chances, o PSDB sairá das eleições de 2018 com cinco estados. De seu controle atual, só sobraria o Rio Grande do Sul. O Pará deve passar para as mãos do MDB. Já Mato Grosso e Goiás para as do DEM.

O PT, que hoje comanda o Acre, a Bahia, o Ceará, o Piauí e Minas Gerais, deve perder o Acre para o PP e Minas Gerais para os tucanos, mas manter os estados nordestinos e levar ainda o Rio Grande do Norte. Totalizando assim, quatro governos estaduais petistas.

Já o PSB conta com os favoritos no Amapá, no Sergipe e no Espírito Santo. Na Paraíba, deve conseguir reeleger João Azevedo. Em Pernambuco, disputa a reeleição de Paulo Câmara, que atualmente lidera com 33% das intenções de voto, segundo o último Ibope, mas está empatado tecnicamente com Armando Monteiro (PTB), de acordo com o Datafolha mais recente.

Por fim, o MDB, nacionalmente vinculado ao presidente Michel Temer, o mais rejeitado da história do país, deve chegar a 2019 com quatro estados de consolação. Em dois, seus candidatos são os líderes isolados: Pará e Alagoas. Em São Paulo e Santa Catarina, onde as disputas permanecem acirradas, seus candidatos também lideram.

Duas novidades

A surpresa pode vir com o PROS, que atualmente lidera a disputa no Distrito Federal com a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa, e com o DEM, que pode eleger três governadores: em Goiás, no Mato Grosso e no Rio de Janeiro.

No mais, as outras cinco siglas menores que hoje controlam estados (PDT, PP, PHS, PCdoB e PSD) devem conseguir eleger pelo menos um de seus candidatos.

Força nos números

O poder de uma coligação partidária robusta ainda se mostra decisivo na maioria dos pleitos estaduais. Nos casos em que a eleição pode terminar já no primeiro turno, a força das alianças é ainda mais evidente.

Após a desistência do ex-presidente Fernando Collor (PTC), o atual governador Renan Filho (MDB) lidera isolado a disputa, com 65%, segundo o Ibope, e seria eleito em primeiro turno, caso a eleição fosse hoje. Renan conseguiu a maior coligação de todo o país, com 19 partidos, que vai do PCdoB ao PRTB —este último está coligado com o PSL de Jair Bolsonaro na disputa pelo Planalto.

O mesmo acontece no Espírito Santo, onde Renato Casagrande (PSB) é apoiado por 18 partidos, a segunda maior coligação do país. Na última pesquisa, o pessebista cresceu cinco pontos percentuais, isolando-se na liderança com 59%. Em votos válidos, ele já tem 72%. Sua adversária mais próxima, Rose de Freitas (Podemos) aparece com 11% das intenções de voto. Ela tem o apoio de seis legendas.

No Pará, Helder Barbalho (MDB) é apoiado por 17 legendas (terceira maior coligação), tem 47% das intenções de voto e, considerando apenas os votos válidos, 59%, o que significa que também seria eleito no primeiro turno.

Com 16 estados em sua aliança, Camilo Santana (PT) é líder absoluto nas pesquisas no Ceará, com 69% das intenções de voto, e deve ser reconduzido ao cargo de governador já no 7 de outubro.

Há ainda a Bahia, onde Rui Costa (PT) também deve ser reeleito, provavelmente em primeiro turno, coligado com 14 partidos. Ele tem 60%, segundo o Ibope. Seu adversário mais próximo, José Ronaldo (DEM) tem oito partidos na sua coligação e 7% na pesquisa.

Entre favoritos e candidatos praticamente eleitos, a eleição de 2018 deve mostrar que, nos estados, tudo ficará como antes.

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