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Pesquisa presidente: no Sudeste, Lula cresce 12 pontos em um mês e vai a 46%, mostra EXAME/IDEIA

EXAME/IDEIA: região decisiva para o primeiro turno em 2022, Sudeste segue com cenário indefinido. Lula lidera com 46% na região, contra 43% de Bolsonaro, dentro da margem de erro

Lula e Bolsonaro: disputa pelos 67 milhões de votos no Sudeste (Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Divulgação)

Lula e Bolsonaro: disputa pelos 67 milhões de votos no Sudeste (Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Divulgação)

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Carolina Riveira

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 00h10.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu na região Sudeste e aparece com 46% das intenções de voto, três pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 43%, mostra nova pesquisa EXAME/IDEIA.

Dentre as demais movimentações na região, Ciro Gomes (PDT) também oscilou para baixo e foi ultrapassado por Simone Tebet (MDB), que se manteve estável com 5% dos votos.

Na pergunta estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados): 

  • Lula tem 46% das intenções de voto no Sudeste;
  • Bolsonaro tem 43% no Sudeste;
  • Simone Tebet tem 5%;
  • Ciro Gomes tem 3%.

Na comparação com a última pesquisa EXAME/IDEIA, feita há um mês (entre 19 e 24 de agosto), o avanço de Lula foi de 12 pontos, enquanto Bolsonaro recuou três pontos. Na ocasião, Bolsonaro tinha 46% dos votos na região, e Lula, 34%.

(Arte/Exame)

Na pergunta espontânea (quando os nomes não são apresentados), os resultados foram: 

  • Lula: 39%
  • Jair Bolsonaro: 33%
  • Ciro Gomes: 4%
  • Simone Tebet: 1%
  • Ninguém/ Branco/ Nulo: 5%
  • Não sabe: 18%

A liderança de Lula está dentro da margem de erro, que é de seis pontos percentuais para os estratos (como as regiões específicas ou outros subgrupos do eleitorado) e de três pontos percentuais para a pesquisa nacional. Na nacional, que inclui amostra calculada para todo Brasil, Lula tem 47% das intenções de voto e Bolsonaro, 37% (veja aqui).

Para a pesquisa, foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 23 e 28 de setembro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A sondagem foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09782/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja aqui o relatório completo.

Crescimento entre os indecisos e "voto útil"

O avanço de Lula no Sudeste foi maior do que o recuo de Bolsonaro, o que indica que o presidente obteve ganhos vindos de outras frentes no último mês, como os eleitores que ainda estavam indecisos.

"O aumento de Lula no Sudeste se deve, sobretudo, ao crescimento das intenções de voto dele em São Paulo e Minas Gerais, os maiores colégios eleitorais do país", diz Maurício Moura, fundador do IDEIA.

"É no Sudeste onde está, proporcionalmente, a maior parte dos indecisos, de mulheres e da classe C. Esse eleitorado vai fazer a diferença, e o petista tem mostrado mais capacidade de dialogar com este público."

Bolsonaro vinha avançando no Sudeste nos últimos meses (na última pesquisa EXAME/IDEIA, chegou a crescer oito pontos e ultrapassar Lula), com consolidação do antipetismo e o impacto de medidas como a desoneração dos combustíveis. Na reta final, porém, o presidente estagnou em seu crescimento na região.

Enquanto isso, o percentual de votos de outros candidatos e de indecisos caiu no Sudeste, em movimentação que beneficiou Lula.

  • Desde a última pesquisa há um mês, Ciro Gomes recuou dois pontos no Sudeste, de 5% para 3% (tendo sido ultrapassado por Simone Tebet, que conseguiu ficar estável em 5%);
  • Já o número de eleitores de outros candidatos que não os quatro primeiros, somados a brancos/nulos e indecisos, caiu de 7% no total para 2% na região.

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Por seu número alto de eleitores, a região Sudeste tem sido observada com atenção pelas campanhas e vista como decisiva sobretudo no primeiro turno. Estão concentrados na região 66,7 milhões de votos, quase 43% do total de eleitores brasileiros, segundo as projeções do Tribunal Superior Eleitoral.

O ex-presidente Lula precisará do Sudeste para virar os últimos votos enquanto tenta liquidar a fatura ainda no primeiro turno, ao passo que Bolsonaro tenta evitar o crescimento do rival e garantir a ida ao segundo turno.

Na pesquisa EXAME/IDEIA nacional, Lula tem 49% dos votos válidos (para vencer no primeiro turno, é necessário maioria simples, isto é, 50% mais um voto).

(Arte/Exame)

No Sudeste, 84% dos eleitores afirmaram que seu voto está definido, enquanto 13% disseram que pode mudar e 4% não souberam responder.

Com uma margem tão apertada, a abstenção, que no Sudeste é acima da média nacional, também pode impactar nos resultados do primeiro turno.

O Sudeste foi crucial para a vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018, mas, desde então, é definida por especialistas como não sendo "fiel a nenhum candidato", como a EXAME mostrou. “Para vencer no Sudeste a pauta de desenvolvimento econômico é muito importante. Os eleitores querem saber como vão fazer para produzir mais, não querem assistencialismo, e estão preocupados com a inflação. A pauta é diferente de outras regiões", disse em entrevista anterior o o especialista em marketing político Marcelo Vitorino.

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Rejeição a Lula cai no Sudeste

A pesquisa mostrou ainda queda na rejeição a Lula no Sudeste, paralelamente à variação vista nas intenções de voto.

Perguntados em quem não votariam "de jeito nenhum", com a possibilidade de escolher um ou mais candidatos, uma fatia menor desta vez respondeu que jamais votaria em Lula, na comparação com a pesquisa EXAME/IDEIA do fim de agosto.

Apesar da melhora em seus números, o ex-presidente segue sendo mais rejeitado do que Bolsonaro no Sudeste. Já a rejeição aos demais candidatos é menor, abaixo de 20%:

  • 47% não votariam em Lula "de jeito nenhum" no Sudeste (-5 pontos em relação à pesquisa anterior);
  • 41% não votariam em Bolsonaro (+5 pontos);
  • 19% não votariam em Ciro Gomes (estável);
  • 11% não votariam em Simone Tebet (-2 pontos).

Desaprovação de Bolsonaro sobe

Na comparação com a pesquisa anterior, a aprovação de Bolsonaro também caiu e a desaprovação subiu no Sudeste, em movimentos dentro da margem de erro. Paralelamente, o percentual de eleitores indiferentes (não aprova, nem desaprova) oscilou para baixo, com mais eleitores passando a se posicionar.

Na pergunta "Você aprova ou desaprova a maneira como Jair Bolsonaro está lidando com seu trabalho como presidente?", as respostas na região Sudeste foram:

  • Aprova totalmente ou um pouco: 43% (-3 pontos)
  • Não aprova, nem desaprova: 17% (-2 pontos)
  • Desaprova totalmente ou um pouco: 39% (+4 pontos).
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