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Pesquisa para presidente: Lula tem 45%, e Bolsonaro, 36%, no primeiro turno

Pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA ouviu, por telefone, 1.500 pessoas em todo o país entre os dias 17 e 22 de junho

Lula e Bolsonaro: diferença entre eles no segundo turno se mantém em nove pontos. (Manuel Cortina/SOPA Images/Flickr)

Lula e Bolsonaro: diferença entre eles no segundo turno se mantém em nove pontos. (Manuel Cortina/SOPA Images/Flickr)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 23 de junho de 2022 às 00h01.

Última atualização em 23 de junho de 2022 às 15h23.

Se o primeiro turno da eleição presidencial fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) passariam para o segundo turno. De acordo com a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA publicada nesta quinta-feira, 23, o petista tem 45% das intenções de voto, e o atual ocupante do Palácio do Planalto aparece com 36%. Ciro Gomes (PDT) tem 7%, e Simone Tebet (MDB), 3%.

Os números são de uma pergunta estimulada, em que os nomes são apresentados em forma de lista aos entrevistados. Foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 17 e 22 de junho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02845-2022. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.

Essa é a primeira pesquisa EXAME/IDEIA desde que João Doria (PSDB) desistiu de concorrer à Presidência e os tucanos decidiram apoiar a pré-candidatura da senadora pelo Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, formando uma chapa da terceira via, que inclui ainda o Cidadania. Na sondagem feita em maio, o ex-governador de São Paulo pontuou 2%. Também houve a definição de que Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, vai disputar a reeleição.

Por conta disso, não há como comparar com precisão as duas pesquisas, mas tanto Lula quanto Bolsonaro cresceram quatro pontos percentuais neste cenário de junho, sem a presença de um pré-candidato do PSDB, uma diferença que supera a margem de erro da sondagem.

(Arte/Exame)

Maurício Moura, fundador do IDEIA, destaca que o crescimento de Lula no primeiro turno pode levar a uma definição da eleição. “Há um movimento positivo para o ex-presidente Lula em termos de comparação com o Bolsonaro, mas o mais importante disso é que vemos uma possibilidade maior da eleição acabar no primeiro turno”, afirma.

Bolsonaro tem vantagem sobre Lula no Norte (38% a 23%), no Centro-Oeste (36% a 24%), e no Sul (28% a 26%). O petista está na dianteira no Nordeste, com 51% contra 22%. No Sudeste o cenário é de empate, com os dois pré-candidatos pontuando 33% em um primeiro turno.

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“A região crítica para a definição da eleição será o Sudeste. Bolsonaro teve um desempenho bastante significativo na eleição de 2018, mas agora vemos um alto grau de rejeição ao governo nessa região. Há também uma rejeição alta ao ex-presidente Lula”, afirma Maurício Moura.

Em uma pergunta espontânea, quando o eleitor precisa dizer o nome em que pretende votar, sem uma lista prévia, Lula e Bolsonaro somam 65% das intenções de voto. Ciro tem 4%, e Tebet pontua 1%. Somam 19% aqueles que dizem ainda não saber.

(Arte/Exame)

Segundo turno: diferença de 7 pontos

Em relação à pesquisa eleitoral feita há um mês, Lula e Bolsonaro ganharam dois pontos percentuais de intenção de voto em um segundo turno. O número de crescimento está dentro da margem de erro da pesquisa e mantém a diferença entre os dois, alcançada em maio deste ano, que é de sete pontos.

(Arte/Exame)

A pesquisa simulou ainda mais quatro cenários de segundo turno. O ex-presidente venceria os confrontos com Ciro Gomes e Simone Tebet. Bolsonaro também venceria as disputas com o ex-governador do Ceará e com a senadora.

“Os fundamentos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro continuam desfavoráveis. É muito crítica a resposta dos eleitores que acham que ele não merece ser reeleito, acima dos 50%. Apesar de ter melhorado ao longo do tempo, continua em patamar elevado, mostrando o grau de dificuldade de reeleição na atual conjuntura”, diz Maurício Moura.

(Arte/Exame)

Avaliação de governo estável

Desde março, a avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro está em um patamar considerado estável. Maurício Moura explica que é importante ficar atento a este número porque ele tem relação direta em como o eleitor vota.

Outro ponto destacado pelo fundador do IDEIA é a taxa de rejeição. Em uma pergunta feita sobre qual nome o eleitor não votaria de jeito nenhum, Bolsonaro tem 44% das menções, e Lula é citado por 42%. “Nesse momento, a rejeição ao governo maior proporciona a liderança do Lula, mas quem chegar com uma rejeição menor em outubro será o vencedor”, diz Moura.

(Arte/Exame)

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