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Metade das estradas do país tem problemas — mas já foi bem pior

Em uma década, proporção de estradas federais consideradas boas ou ótimas cresceu quase 30% — mas os problemas ainda são evidentes

Rodovia Federal BR-060 (Marcello Casal Jr./Abr/Divulgação)

Rodovia Federal BR-060 (Marcello Casal Jr./Abr/Divulgação)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 16h12.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 16h14.

São Paulo – Há 10 anos, a condição de apenas 14,2% das rodovias federais era considerada boa ou ótima. Hoje, o percentual supera os 40% — mas ainda há um longo caminho para melhorar a malha rodoviária do país, segundo informações de um estudo da Confederação Nacional de Transporte (CNT) divulgado nesta quinta-feira (10).

De acordo com o levantamento, apenas 42,7% das estradas federais do país podem ser avaliadas como boas ou ótimas. Em 10 anos, de acordo com a pesquisa CNT de Rodovias, a proporção de boas vias geridas pela União subiu 28,5 pontos percentuais.

Apesar do resultado relativamente positivo, a CNT pondera que mais da metade da extensão rodoviária do país apresenta deficiências. A qualidade das rodovias, de acordo com a pesquisa, está diretamente relacionada aos investimentos federais em infraestrutura rodoviária.

“Em 2011, por exemplo, a União investiu o maior montante em infraestrutura de transporte no período, R$ 15,73 bilhões; o percentual de rodovias consideradas ótimas ou boas naquele ano foi de 41,3%. Em 2004, quando houve o menor aporte no período, foram R$ 3,90 bilhões de investimentos federais e 18,7% de avaliação positiva”, diz o relatório.

No ano passado, o governo federal desembolsou 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB) do país – R$ 8,61 bilhões - para investir em infraestrutura para as rodovias. O segundo menor valor desde 2008.

Segundo a CNT, o baixo volume de recursos aplicados é fruto da crise econômica, que atingiu o país em 2014 e repercutiu no orçamento do governo.

O levantamento também avaliou a performance das vias em três aspectos diferentes: pavimento, sinalização e geometria. No ano passado, o pavimento apresentou o melhor resultado entre as variáveis analisadas, com 58% de aprovação.

Por outro lado, na série histórica, a geometria teve a pior performance. A avaliação positiva se manteve a mesma desde 2006, em 21,6%. Nessa variável, são coletadas informações sobre o traçado da rodovia, a existência de curvas perigosas, acostamentos, pontes, viadutos, faixas adicionais de subida, entre outros.

“Ou seja, a maior parte da extensão rodoviária sob gestão do governo federal apresenta problemas que comprometem o desempenho do transporte e a segurança dos condutores”, diz a Pesquisa CNT de Rodovias.

Veja os detalhes do levantamento:

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