Brasil

Pesquisa eleitoral BTG/FSB: Lula tem 43% e Bolsonaro, 36%, com pouca mudança após Jornal Nacional

Nova pesquisa mostra Lula crescendo no Nordeste e Bolsonaro no Sudeste; vitória de Lula no primeiro turno fica mais difícil com cenário atual

Bolsonaro e Lula: presidente cresceu no Sudeste, mas estagnou entre beneficiários do Auxílio Brasil e no Nordeste (Bolsonaro: Andressa Anholete / Lula: Minas/Bloomberg/Getty Images)

Bolsonaro e Lula: presidente cresceu no Sudeste, mas estagnou entre beneficiários do Auxílio Brasil e no Nordeste (Bolsonaro: Andressa Anholete / Lula: Minas/Bloomberg/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 29 de agosto de 2022 às 09h22.

Última atualização em 29 de agosto de 2022 às 10h39.

Após as entrevistas do Jornal Nacional na semana passada, o cenário de intenção de voto para presidente pouco variou. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou dentro da margem de erro e reduziu a 7 pontos a vantagem para o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial, enquanto Bolsonaro se manteve estável.

Os dados são de nova rodada da pesquisa eleitoral BTG/FSB, divulgada nesta segunda-feira, 29. Na sondagem para o primeiro turno:

  • Lula teve 43% dos votos (contra 41% na última pesquisa);
  • Bolsonaro se manteve em 36% (36% também na última pesquisa).

Assine a newsletter gratuita da EXAME e receba, diariamente pela manhã, um resumo das notícias mais importantes no seu e-mail

Os candidatos logo atrás dos dois líderes cresceram, sobretudo Ciro Gomes (PDT), que avançou três pontos em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto, uma semana antes. Simone Tebet (MDB) oscilou um ponto para cima.

  • Ciro teve 9% (contra 6% na última pesquisa);
  • Simone Tebet teve 4% (3% na última pesquisa);

A pesquisa é do Instituto FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 26 e 28 de agosto. A sondagem foi feita já após as entrevistas de Lula e Bolsonaro ao Jornal Nacional e logo após o começo do horário eleitoral na quinta-feira, 26.

A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-08934/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança é de 95%.

VEJA TAMBÉM: Lula e Bolsonaro participam de debate na Band; confira os destaques

"Lula mantém a liderança, mas, assim como Bolsonaro, parece não ter ganhado mais votos com a ida ao Jornal Nacional. Apesar de 53% dos eleitores dizerem que podem votar no petista, só 43% votam no 1º turno", disse em nota na pesquisa Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa.

O resultado torna a chance de Lula vencer no primeiro turno mais remota. Se excluídos brancos e nulos, o ex-presidente tem 46% dos votos válidos no primeiro turno, mas precisaria de 50% mais um voto nos votos válidos para vencer na primeira etapa.

Espontânea

Na pergunta espontânea, isto é, quando os próprios entrevistados tiveram de apontar um nome escolhido, Bolsonaro e Lula caíram ambos um ponto, dentro da margem de erro.

A vantagem do petista segue de 7 pontos. Ciro Gomes, que cresceu na estimulada, também avançou dois pontos na espontânea:

  • Lula teve 40% das intenções de voto na espontânea (contra 41% na última pesquisa);
  • Bolsonaro teve 33% (34% na última pesquisa);
  • Ciro Gomes teve 6% (contra 4% na última pesquisa);
  • Simone Tebet teve 2% (os mesmos 2% na última pesquisa).

Segundo turno

No segundo turno, as intenções de voto ficaram estáveis em relação à semana anterior:

  • Lula teve 52% dos votos (52% na pesquisa anterior);
  • Bolsonaro teve 39% dos votos (39% na pesquisa anterior).

Por esse cenário, Lula venceria com 13 pontos de vantagem.

Brancos e nulos somam 7% e não sabem ou não responderam, 2%, mesmos percentuais da pesquisa anterior.

Bolsonaro ainda não cresce com Auxílio Brasil

O presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu colher os louros da ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, uma das apostas do governo para o ano eleitoral.

Dentre os que recebem o benefício ou tem alguém da casa recebendo (16% da amostra da pesquisa), Bolsonaro teve 24% das intenções de voto, ainda muito atrás de Lula (58% entre quem recebe e 62% entre o grupo que tem alguém da casa recebendo).

Apesar das variações na amostra a cada semana, Lula se mantém com intenção de voto acima de 50% e encostando em 60% neste grupo. Isto é, o suficiente para vencer no "primeiro turno" entre os beneficiários.

Entre quem não recebe Auxílio Brasil, Bolsonaro vai melhor e empata com o petista (39% para Lula e 38% para Bolsonaro).

"Esta rodada da pesquisa foi feita após todos os beneficiários do Auxílio Brasil terem recebido o pagamento da primeira parcela reajustada para R$ 600,00. No entanto, o leve crescimento de Jair Bolsonaro registrado há uma semana neste segmento não se confirmou", disse Tokarski. "Aparentemente, o novo valor não mexeu com a escolha eleitoral desse público."

Bolsonaro avança no Sudeste e Lura melhora no Nordeste

Como já havia aparecido na pesquisa EXAME/IDEIA, na semana passada, Bolsonaro passou a aparecer à frente de Lula no Sudeste, região que tem sido apontada como crucial na "conversão" dos últimos indecisos e para a vitória nesta eleição.

Lula perdeu quatro pontos no Sudeste e Bolsonaro subiu levemente, com um ponto, ambos dentro da margem de erro:

  • Bolsonaro tem 39% no Sudeste (38% na última pesquisa);
  • Lula tem 35% (39% na última pesquisa).

O candidato Ciro Gomes também cresceu no Sudeste, indo de 5% para 9% na região em uma semana.

No Nordeste, onde Lula já vence em todas as pesquisas, o ex-presidente ampliou sua vantagem e cresceu cinco pontos:

  • Lula tem 63% no Nordeste (58% na última pesquisa);
  • Bolsonaro tem 22% (24% na última pesquisa).

VEJA TAMBÉM: Pesquisa eleitoral: 83% dos brasileiros dizem que o voto para presidente já está definido

Apesar do avanço do presidente Bolsonaro em regiões importantes, analistas da FSB apontam que a alta rejeição ao governo e a estagnação na visão de melhora na economia (que vinha aparecendo nas últimas pesquisas com a redução no preço dos combustíveis, mas estagnou) podem atrapalhar a continuidade do avanço do presidente.

"Há três semanas, as taxas de avaliação e de aprovação do governo Bolsonaro estão estáveis. Em tentativas de reeleição, essa é uma variável muito importante. Hoje, o predomínio de avaliações negativas é um impeditivo para o crescimento do candidato Bolsonaro, que precisa ter seu governo reconhecido por mais eleitores. Para isso, sua campanha aposta no horário eleitoral", disse Tokarski, do Instituto FSB.

Assine a EXAME e tenha acesso ilimitado às principais notícias e análises


Veja como foram as últimas pesquisas eleitorais de 2022:
Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesEleições 2022Jair BolsonaroLuiz Inácio Lula da SilvaPesquisas eleitoraisPolítica

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe