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Pesquisa: avaliação negativa de Bolsonaro é de 48%, e positiva é de 29%

Na semana passada, o Congresso Nacional aprovou uma proposta do Executivo para ampliar benefícios sociais às vésperas das eleições

Jair Bolsonaro: desaprovação é a mais alta em três meses. (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: desaprovação é a mais alta em três meses. (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 22 de julho de 2022 às 15h50.

Última atualização em 22 de julho de 2022 às 15h51.

Ao longo de 2020, assim que o auxilio emergencial começou a ser pago pelo governo federal, houve uma melhora na avaliação do trabalho do presidente Jair Bolsonaro (PL). A poucos dias do início de uma nova rodada de benefícios, aprovada pelo Congresso Nacional e de autoria do Executivo, os brasileiros que consideram o governo como ruim ou péssimo são 48%, valor mais alto em três meses. Os que avaliam como ótimo ou bom são 29%, e os classificam como regulam somam 21% da população.

Os números são da pesquisa EXAME/IDEIA, divulgada na quinta-feira, 21. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 15 e 20 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09608/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.

(Arte/Exame)

Maurício Moura, fundador do IDEIA, avalia que há uma possibilidade dessa nova rodada de benefícios impactar positivamente na avaliação do presidente nos próximos meses. Tudo vai depender da velocidade que o dinheiro vai chegar aos brasileiros.

“Ainda não há nenhum reflexo de impacto resultante das medidas do governo de pagamento de auxílio ou de redução de preço dos combustíveis. Ou seja, é algo que precisamos monitorar na opinião pública nos próximos meses. Vale lembrar que o auxílio emergencial demorou aproximadamente dois meses para ter um reflexo na popularidade do presidente”, explica Moura

LEIA TAMBÉM: Pesquisa eleitoral para presidente: Lula tem 44%, e Bolsonaro, 33%, no primeiro turno

A PEC promulgada pelo Congresso aumenta o Auxílio Brasil de 400 reais para 600 reais por mês, concede ainda uma "bolsa caminhoneiro" de 1 mil reais mensais e um auxílio-gasolina mensal a taxistas de 200 reais. O texto ainda dobra o vale-gás a famílias de baixa renda. O custo do pacote é de 41,25 bilhões reais, fica fora do teto de gastos e será pago a pouco mais de dois meses das eleições.

Em entrevista à EXAME na semana passada, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, ponderou que há a possibilidade de uma parcela da população que pode associar estes pagamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ele ter ficado conhecido como o criado do Bolsa Família, que foi substituído pelo Auxílio Brasil.

"É muito difícil também imaginar que uma parcela grande do eleitorado acredite que o ex-presidente Lula vai acabar com benefício, ou mesmo se fosse ele o presidente o valor não seria maior. O que existe é uma tentativa de mudança de regra para compra de votos. O benefício chega, no máximo, a dois pontos de votos do total. Isso nem de perto é o suficiente para o presidente Bolsonaro ser eleito, mas talvez seja o suficiente para ter segundo turno", diz.

Lula tem 44% e Bolsonaro 33% no primeiro turno

Para os próximos meses é preciso ficar atento às pesquisas de intenção de voto, se o pagamento dos benefícios sociais vai ter impacto também nas eleições. Na pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA da última quinta-feira, 21, o ex-presidente Lula tem 44% das intenções de voto, e o presidente Bolsonaro aparece com 33%.

Ciro Gomes, do PDT, tem 8%, e Simone Tebet (MDB), 4%. André Janones (Avente) fez 2%. Os demais nomes testados pontuaram 1% ou ficaram abaixo disso. Todos os números são de uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados em formato de lista

(Arte/Exame)

Em comparação com a última pesquisa, feita em junho, os números oscilaram dentro da margem de erro. Apesar dessa variação, quem teve uma queda maior, no limite da margem, foi o presidente Bolsonaro, saindo de 36%, há um mês, para 33%. Lula perdeu um ponto percentual.

Na série histórica, as duas últimas sondagens são as que permitem uma comparação mais precisa, uma vez que outros pré-candidatos foram testados em pesquisa anteriores, mas saíram da corrida presidencial, como o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil).

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