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Periferia do Rio permanece com coleta de lixo irregular

Bairros distantes do centro do Rio, na zona norte da capital fluminense, ainda não tiveram o serviço normalizado


	Lixo nas ruas do Rio: na zona norte, é possível perceber que limpeza começou pelas áreas comerciais. Nas ruas residenciais, sacos de lixos e entulhos estão amontoados em frentes às casas
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Lixo nas ruas do Rio: na zona norte, é possível perceber que limpeza começou pelas áreas comerciais. Nas ruas residenciais, sacos de lixos e entulhos estão amontoados em frentes às casas (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 17h51.

Rio de Janeiro - Dois dias depois do fim da greve dos garis, na cidade do Rio de Janeiro, que acabou na noite do último sábado (8), a cidade começa a voltar ao normal. Ao contrário dos bairros do centro e da zona sul, considerados mais nobres, que já estão limpos, a coleta permanece irregular na zona norte.

Em alguns bairros o lixo se acumula desde o carnaval, na porta das casas, e provoca transtornos.

Em nota, a Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) informa que intensificou os serviços na cidade, mas não esclareceu a estratégia que limpou os bairros mais nobres, antes dos demais. Segundo a companhia, na zona oeste, por causa do lixo acumulado em algumas comunidades, foi necessário aumentar o efetivo.

Na zona norte, é possível perceber que a limpeza começou pelas áreas comerciais. Nas ruas de residências, sacos de lixos e entulhos estão amontoados em frentes às casas.

Em Piedade, o aglomerado atrai moscas varejeiras e provoca mau cheiro. “Cheguei de viagem hoje (10), já passei por lugares onde está limpo, mas aqui não é o caso”, diz o agente de segurança João Rodrigues Júnior, morador do bairro.

Um pouco mais longe do centro, em Quintino, bairro da Igreja de São Jorge, as imagens em homenagem ao santo estão rodeadas de lixo. Lá, o descarte, pelas residências, é feito no canteiro central das ruas, entre os dois sentidos das vias. “Está horrível, ninguém está mais aguentando. Estou com meu lixo dentro de casa e não estou aguentando as moscas”, disse a aposentada Lina de Souza.

A vizinha dela, Marluce Dias, também cobra que a coleta da Comlurb chegue ao bairro, e questiona a demora na regularização do serviço. “Quando falaram que [o caminhão do lixo] ia passar, colocamos o lixo para fora, mas não passou, e agora está tudo aí em frente”, declarou. “Acabei de comprar mais desinfetante para moscas. Eu moro ali onde está aquele muro de sacos, essa lixaiada”, acrescentou Lina.

Do outro lado da cidade, na zona oeste, a coleta também não voltou ao normal ainda. A gerente de um estabelecimento comercial, Leila Maria Lisboa Soares, relata que em Campo Grande a limpeza começou pelas áreas comerciais. “Diminuiu o lixo no centro, mas ainda falta. Em minha rua, no Jardim Nova Guaratiba, não é feita coleta desde o carnaval”, revelou.

Apesar dos incômodos, os moradores apoiam o movimento grevista dos garis, que começou na sexta-feira (28), véspera de carnaval. “Nós, de classe mais simples, vibramos quando a classe trabalhadora consegue algo melhor”, destacou Leila Maria. "Acho que eles estavam certíssimos, porque é um absurdo um gari, que trabalha sob sol e chuva, correndo o risco de pegar várias doenças, ganhar cerca de R$ 800”, declarou.

Em acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os garis cariocas conseguiram reajuste de 37% e o salário da categoria passou de R$ 803 para R$ 1,1 mil. Conquistaram ainda um reajuste no tíquete-alimentação, corrigido de R$ 12 para R$ 20 por dia.

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